Bruna Rocha | 17 de outubro de 2025 - 21h45

Após um mês de urgência aprovada, projeto da anistia segue parado na Câmara

Sob relatoria de Paulinho da Força, proposta que pode beneficiar Bolsonaro ainda não tem texto apresentado

ANISTIA PARADA
Paulinho da Força - (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)

Completa-se um mês nesta sexta-feira, 17, desde que foi aprovado o regime de urgência para a tramitação do projeto de lei da anistia na Câmara dos Deputados.

Sob a relatoria do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o texto vem ganhando nova formulação e, em vez de anistia total e irrestrita, caminha para a redução de penas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aos envolvidos na trama golpista e nos atos de 8 de janeiro.

Paulinho ainda não apresentou o texto oficial da proposta, mas em entrevistas tem reforçado que será um projeto de dosimetria, focado na redução das penas. Durante esse período, ele também se reuniu com o ex-presidente Michel Temer para obter orientação na elaboração do projeto.

Nesta semana, Paulinho não realizou novos encontros com aliados partidários. Bancadas como PSOL e PDT já haviam recusado o diálogo com ele anteriormente.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a proposta precisa ser "construída a quatro mãos", com participação tanto da Câmara quanto do Senado, para evitar problemas semelhantes aos da "PEC da Blindagem".

Segundo Motta, a intenção é criar uma solução para penas que, em alguns casos, foram aplicadas de forma exagerada, e que possam ser revistas pelo Poder Judiciário.

O regime de urgência para o projeto foi aprovado em 17 de setembro, com 11 votos favoráveis, 163 contrários e sete abstenções. A medida permite acelerar a análise do texto, com votação direta no plenário, sem passar por comissões, mas, um mês depois, o projeto ainda aguarda avanços por parte do relator.