Redação | 17 de outubro de 2025 - 16h50

Mulher apontada como líder de fábrica clandestina de bebidas é presa

Vanessa Maria da Silva é suspeita de comandar produção ilegal de destilados com metanol; seis pessoas morreram após consumo das bebidas adulteradas

CASO METANOL
Fábrica de bebidas clandestinas foi fechada pela Polícia Civil em São Bernardo na sexta-feira, 10, com prisão de uma suspeita - (Foto: Policia Civil)

Apontada pela polícia como o principal nome por trás da adulteração de bebidas com metanol em São Paulo, Vanessa Maria da Silva foi presa na última sexta-feira (10), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Ela é investigada por comandar uma fábrica clandestina responsável pela produção de bebidas que causaram ao menos seis mortes no Estado.

Segundo a Polícia Civil, a mulher mantinha o esquema ativo mesmo após o aumento das fiscalizações e o avanço dos casos de intoxicação. Dois homens que morreram após consumir destilados no Bar Torres, na Mooca, zona leste da capital, teriam ingerido produtos saídos da fábrica dirigida por Vanessa.

O delegado-geral Artur Dian afirmou que a suspeita se manteve fria e sem arrependimento durante os depoimentos.

“Ela é uma pessoa muito fria nas palavras. Não mostra arrependimento”, disse o delegado, citando relato da delegada Isa Lea Abramavicus, da 1ª Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública.

A investigação aponta que Vanessa comandava um esquema familiar de fabricação e venda de bebidas falsificadas. Também participavam do grupo o ex-marido, o cunhado e o pai da suspeita. Os dois últimos permanecem presos, enquanto o ex-companheiro foi liberado após prestar depoimento.

“É uma prática comum dessa família a falsificação e a venda de bebidas para estabelecimentos comerciais. O marido dela já respondeu por falsificação de bebidas, com base no artigo 272 do Código Penal”, acrescentou Dian.

A prisão de Vanessa foi resultado de uma operação da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública, que rastreou a origem da bebida ingerida pelas duas primeiras vítimas da intoxicação em São Paulo.

O Bar Torres, por meio de nota, afirmou colaborar com as autoridades e reforçou que todas as bebidas são adquiridas de fornecedores oficiais, com nota fiscal e procedência garantida.

De acordo com a Polícia Civil, todas as bebidas adulteradas identificadas até agora têm origem no círculo familiar da suspeita. “O primeiro ciclo dessa cadeia criminosa foi fechado com a operação de hoje”, informou o delegado Dian.

Durante as diligências, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) identificou dois postos de combustíveis suspeitos de vender etanol adulterado com metanol para a fábrica ilegal. Os estabelecimentos ficam em São Bernardo do Campo e Santo André. Amostras foram recolhidas para análise laboratorial.

A defesa de Vanessa Maria da Silva não foi localizada até a publicação desta matéria.