16 de outubro de 2025 - 13h55

Leila Pereira decide não ir ao Maracanã para 'final antecipada' entre Flamengo e Palmeiras

Presidente alviverde teme clima hostil após troca de farpas com o dirigente rubro-negro e desentendimentos na Libra sobre direitos de TV.

FUTEBOL BRASILEIRO
Presidente do Palmeiras, Leila Pereira, decidiu não ir ao Maracanã por temer clima hostil em meio a polêmicas com o Flamengo. - Foto: Pedro Kirilos

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, não estará presente no Maracanã neste domingo (19), na partida contra o Flamengo, considerada uma “final antecipada” do Campeonato Brasileiro. A dirigente comunicou a pessoas próximas que “não há clima” para sua presença no estádio, após semanas de tensões e trocas de acusações públicas com representantes do clube carioca.

Segundo apuração da ESPN e do Estadão, Leila teme um ambiente hostil no Maracanã. A dirigente relembrou um episódio ocorrido no ano passado, quando o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), impediu sua passagem em frente ao camarote presidencial, forçando-a a atravessar um setor destinado à torcida do Flamengo para chegar ao espaço reservado à delegação alviverde.

Com o aumento da rivalidade recente entre os clubes, motivada principalmente pelas discussões na Libra — liga que reúne os clubes que negociam direitos de transmissão com a TV Globo —, Leila acredita que sua presença poderia acirrar os ânimos.

Nos últimos dias, ela e o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), trocaram farpas públicas. Bap afirmou que “a Libra é palmeirense” e acusou o bloco de favorecer o rival nas negociações. Leila respondeu comparando a postura do dirigente a “terraplanistas” e negou boatos sobre uma possível aquisição da SAF do Vasco.

Os dois chegaram a participar da reunião da Conmebol na última quarta-feira (15), em Assunção, no Paraguai, mas não se cumprimentaram.

Clima diferente no Maracanã - Em 2023, Leila chegou a ser tietada por torcedores rubro-negros antes de um jogo entre as equipes. Agora, o clima é bem diferente. A dirigente já havia evitado outros compromissos no Rio de Janeiro por segurança pessoal. Em 2024, por exemplo, viajou à capital fluminense, mas não compareceu ao jogo contra o Botafogo pela Libertadores para evitar possíveis ataques de torcedores e o encontro com John Textor, dono do clube carioca.

O conflito entre Palmeiras e Flamengo também reflete a disputa interna na Libra, bloco que reúne clubes das Séries A e B. O impasse começou após o bloqueio judicial de R$ 77 milhões referentes à segunda parcela do contrato de direitos de transmissão firmado entre a Globo e a Libra.

O acordo, válido até 2029, prevê o pagamento anual de R$ 1,17 bilhão, dividido da seguinte forma:

40% de forma igual entre os clubes da Série A;

30% conforme a classificação na tabela;

30% de acordo com a audiência e engajamento.

O Flamengo contesta os critérios de audiência, alegando que não refletem seu “poder de geração de receitas”. Já o Palmeiras estuda recorrer à Justiça para garantir o recebimento dos valores bloqueados.

Atualmente, o bloco da Libra conta com 16 clubes, entre eles Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, São Paulo, Grêmio, Red Bull Bragantino e Bahia. Há, porém, a possibilidade de que o Flamengo seja excluído do grupo, caso o impasse continue.

A partida deste domingo, às 16h (de Brasília), vale a liderança isolada do Brasileirão. O Palmeiras, atual líder, pode abrir seis pontos de vantagem, enquanto o Flamengo busca igualar a pontuação.