Carlos Guilherme | 14 de outubro de 2025 - 15h10

Campo Grande registra mais de 500 mil casos de doenças de origem hídrica na última década

Levantamento aponta que a diarreia representa quase todas as notificações; aumento está ligado à ampliação da rede de unidades notificadoras

CAPITAL
Campo Grande registrou mais de 500 mil notificações de doenças de origem hídrica entre 2015 e 2025, segundo dados do Sinan - (Foto: Arquivo)

Mais de 500 mil notificações de doenças transmitidas pela água e alimentos foram registradas em Campo Grande nos últimos dez anos, segundo levantamento do Sinan/Sivep-DDA da Secretaria Municipal de Campo Grande (Sesau) a pedido do jornal A Crítica.

As diarreias respondem pela grande maioria dos casos, reflexo da ampliação das unidades notificadoras de saúde, e não necessariamente de um aumento nas contaminações por falta de saneamento.

Entre 2015 e 2025, a Capital sul-mato-grossense somou 507.537 notificações de agravos de origem hidrossanitária. Deste total, 506.679 foram casos de diarreia, o que representa praticamente a totalidade das ocorrências registradas no período.

O pico aconteceu em 2023, com 70.846 notificações, seguido por 2022 (59.724) e 2024 (58.942). Em 2025, até a 40ª semana epidemiológica, já são 35.605 registros.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o aumento nas notificações está ligado à expansão da vigilância epidemiológica. Antes, apenas unidades sentinelas informavam os casos; hoje, todas as unidades de saúde da rede pública e privada fazem o registro no sistema.

Além das diarreias, outras doenças de transmissão hídrica ou alimentar tiveram registros no período. Entre elas:

Hepatite A: 376 casos em dez anos;

Toxoplasmose: 419 registros;

Leptospirose: 39 casos;

Rotavírus: 12 registros;

Esquistossomose: 9 notificações;

Hantavirose: 3 casos.

As doenças mais frequentes depois da diarreia são toxoplasmose e hepatite A, com picos entre 2017 e 2024. Já a leptospirose, associada a enchentes e alagamentos, manteve números baixos, variando de 3 a 7 casos por ano.