Uma viagem de Paris para Salvador se transformou em um pesadelo para os passageiros do voo AF476, da companhia aérea Air France. Previsto para decolar na segunda-feira (13), o voo foi cancelado após mais de seis horas com os passageiros confinados dentro da aeronave no aeroporto Charles de Gaulle.

Segundo relatos publicados nas redes sociais, o transtorno começou com um problema técnico no avião, um Boeing 777. Após a primeira informação sobre falhas mecânicas, houve ainda troca de tripulação, o que contribuiu para prolongar o atraso.

“Primeiro, disseram haver problemas mecânicos. Em seguida, houve mudança de tripulação. O comandante sempre passando previsões de decolagens sem saber ao certo o que informar”, descreveu um passageiro brasileiro, que fez uma publicação no Instagram relatando o ocorrido.

Durante todo esse tempo, segundo os relatos, os passageiros não receberam qualquer tipo de assistência adequada da companhia aérea. “O Boeing 777 está lotado inclusive com crianças e pessoas idosas. Passageiros estão extenuados e com fome e questionam a empresa aérea por que mantê-los tanto tempo no interior da aeronave sem o devido cuidado”, disse o brasileiro.

A companhia aérea confirmou o cancelamento do voo e remarcou a partida para esta terça-feira (14). Em nota, a Air France lamentou o ocorrido, mas não deu detalhes sobre o tempo exato em que os passageiros ficaram no avião nem sobre medidas de assistência oferecidas aos viajantes.

“A Air France lamenta essa situação excepcional e pede desculpas aos seus clientes. A companhia reitera que a segurança de seus clientes e tripulantes é sua prioridade absoluta”, afirmou a empresa em comunicado oficial.

A situação gerou revolta entre os passageiros, que esperavam maior transparência e suporte durante a espera. Casos como este levantam questionamentos sobre os protocolos de atendimento das companhias aéreas em situações de atraso e cancelamento, especialmente quando envolvem longos períodos de permanência dentro da aeronave.

A recomendação para passageiros que enfrentarem esse tipo de situação é sempre registrar a ocorrência e, se necessário, acionar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), especialmente em casos de negligência ou violação de direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor.