Após quase 60 dias internado, menino é homenageado com carinho e fantasia
Menino de Três Lagoas emociona equipe médica em Campo Grande ao tocar o sino da vitória após quase dois meses de internação
HUMANIZAÇÃOQuando Fernanda chegou com o filho Davi ao Hospital Unimed, em Campo Grande, trazia nas malas mais do que roupas. Carregava o medo de estar longe de casa, de não conhecer ninguém, de enfrentar um diagnóstico grave e cirurgias delicadas. Vieram de Três Lagoas para tratar o menino de uma suspeita de tumor no cérebro. Davi tinha menos de três anos e passou quase sessenta dias internado. Parte desse tempo foi na UTI.
A doença assustava. Mas o que acabou marcando a jornada da família foi algo que não apareceu nos exames. Foi o jeito como os profissionais do hospital olharam para Davi. Um olhar que acolheu, escutou e ficou ao lado, dia após dia.
Fernanda conta que, nos primeiros momentos, sentiu o peso da distância. Estava sem a rede de apoio. Mas logo vieram os gestos de afeto. Palavras cuidadosas, abraços silenciosos, presença atenta.
Davi, que logo virou “Davizinho” para todos ali, fez amigos nos corredores e nas salas de atendimento. E quando a alta começou a se desenhar, os profissionais decidiram retribuir o carinho com uma surpresa. Fagner, fisioterapeuta da equipe, vestiu uma fantasia de dinossauro, o tema preferido do menino, e entrou no quarto.
Davi ficou desconfiado. Depois abriu o sorriso. Foi no colo da mãe que ele tocou o sino da vitória. Um som breve, mas cheio de significado. Ali, naquele toque, estavam os dias difíceis, as orações silenciosas, a resistência do corpo pequeno e a força que não cabe em números.
Fagner conta que quis marcar o momento com algo que fosse além do que a medicina prescreve. Quis lembrar que hospital também pode ser lugar de alegria. Para ele, o gesto é simples, mas diz muito. Marca a vitória do Davi, mas também emociona quem esteve ao lado o tempo todo.
Agora em casa, o menino segue o tratamento com acompanhamento médico. Está cercado pelos pais e também por memórias que transformam. Memórias de um lugar onde a técnica foi importante, mas o afeto falou mais alto.