12 de outubro de 2025 - 08h55

Infância saudável: como equilibrar brincadeiras, sono e alimentação longe das telas

Especialistas alertam para os impactos do excesso de telas e indicam estratégias para promover desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças

DIA DAS CRIANÇAS
Mais brincadeira, menos tela: confira dicas para uma infância saudável. - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A infância mudou com a massificação da internet, redes sociais e dispositivos móveis. Hoje, contato com a natureza, brincadeiras ao ar livre e atividades sem telas já são considerados essenciais para a saúde infantil.

A pediatra Renata Aniceto, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), orienta os pais a reservarem momentos de convívio e diversão, como duas horas no parque ou atividades em casa, incluindo jogos de tabuleiro e culinária. Segundo ela, a geração atual de pais tem dificuldade em interagir com os filhos, pois muitas crianças já chegam conectadas desde cedo.

A professora Angela Uchoa Branco, da Universidade de Brasília (UnB), reforça que brincadeiras presenciais e livres são fundamentais para a criatividade e o desenvolvimento socioemocional. Jogos, contação de histórias e tempo ao ar livre ajudam a estimular a cognição e a socialização.

Limite de telas por faixa etária

O excesso de telas pode afetar a atenção, memória, capacidade de resolução de problemas e até a saúde física, aumentando risco de obesidade. A SBP recomenda:

Lia Jamra, diretora da ONG Vaga Lume, destaca que a leitura é uma poderosa aliada para reduzir o tempo de tela e desenvolver repertório, imaginação e vínculo socioemocional.

Sono e descanso de qualidade

O sono adequado é essencial para o crescimento e aprendizado. Luzes de telas à noite prejudicam a produção de melatonina, hormônio do sono, e dificultam o descanso.

A pediatra Renata Aniceto explica que o sono também é responsável pela fixação de aprendizados e pela regulação de hormônios ligados ao crescimento e à fome, impactando o desenvolvimento físico e emocional.

Diálogo e autoestima

Estabelecer diálogos respeitosos ajuda a educar com limites sem recorrer a punições físicas. Angela Uchoa destaca que elogiar conquistas e demonstrar afeto fortalece a autoestima, promovendo o desenvolvimento integral da criança.

Alimentação desde os primeiros anos

A introdução alimentar aos 6 meses é crucial para formar hábitos saudáveis. Diana Barbosa Cunha, professora da Uerj, recomenda oferecer alimentos frescos, como cereais, leguminosas, carnes, frutas e evitar ultraprocessados.

Levar crianças à feira, permitir que escolham e participem do preparo dos alimentos favorece autonomia e relação positiva com a comida, formando hábitos que podem durar a vida toda.

 


*Colaborou Ana Cristina Campos