Governo abre consulta pública sobre uso da inteligência artificial na educação
População pode enviar sugestões até 29 de outubro na plataforma Brasil Participativo; objetivo é construir diretrizes para o uso responsável da IA nas escolas
EDUCAÇÃOO governo federal abriu, nesta sexta-feira (10), uma consulta pública para ouvir a sociedade sobre como a inteligência artificial (IA) deve ser utilizada na área da educação.
A iniciativa, conduzida pelo Ministério da Educação (MEC), busca coletar contribuições de educadores, estudantes, famílias, pesquisadores e desenvolvedores para elaborar um referencial nacional de desenvolvimento e uso ético da IA no ensino.
As contribuições podem ser enviadas até o dia 29 de outubro, por meio da plataforma Brasil Participativo.
Segundo o MEC, a consulta é uma oportunidade para toda a população colaborar na definição de princípios, salvaguardas e boas práticas que orientem o uso da IA nas escolas públicas e privadas do país.
“Podem participar educadores, estudantes, famílias, gestores, pesquisadores, desenvolvedores e cidadãos interessados no tema”, informou o ministério em nota.
O aviso de abertura foi publicado no Diário Oficial da União nesta semana.
As contribuições serão agrupadas em sete eixos principais:
- Proteção de dados
- Combate a vieses algorítmicos
- Direitos autorais e integridade acadêmica
- Critérios de transparência e explicabilidade
- Protocolos de uso por faixa etária
- Formação docente e capacitação tecnológica
- Acessibilidade e prioridades de infraestrutura
O MEC ressalta que a inteligência artificial já faz parte do cotidiano escolar, desde o planejamento de aulas até a personalização das trajetórias de aprendizagem, com destaque para o atendimento a estudantes com diferentes necessidades.
A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, divulgada pela OCDE, mostra que 56% dos professores brasileiros já utilizam IA em sala de aula, percentual bem acima da média de 36% dos países membros da organização.
Com base nas contribuições da consulta, o MEC pretende definir fundamentos e salvaguardas para que a IA seja uma aliada da aprendizagem, e não uma ameaça aos processos educacionais.
Entre as diretrizes previstas estão:
- Supervisão humana significativa em todas as etapas;
- Alinhamento às finalidades pedagógicas;
- Transparência e explicabilidade dos sistemas;
- Governança e segurança de dados com avaliação de impacto algorítmico;
- Compras públicas responsáveis;
- Formação continuada de professores e gestores.
“Queremos garantir que a IA fortaleça o processo educacional, ampliando oportunidades e respeitando os direitos dos estudantes”, informou o MEC.