A futura via exclusiva deve ligar Arujá, na Grande São Paulo, ao Santuário Nacional de Aparecida, passando por Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba e Roseira.

Segundo os estudos técnicos, será possível manter uma pista contínua ao longo de quase todo o percurso. Em trechos urbanos, marginais já existentes poderão ser aproveitadas. Em áreas mais críticas, será necessário elevar a pista para contornar entradas e saídas da rodovia.

“Alguns pontos vão exigir obras mais complexas, mas as soluções técnicas já estão mapeadas. O objetivo é garantir segurança sem interferir no tráfego da Dutra”, afirmou Borrel.

O projeto também prevê a transferência dos pontos de apoio aos peregrinos, atualmente instalados nos acostamentos, para a nova via.

Como a construção não está prevista no contrato original, a RioSP deverá solicitar reequilíbrio econômico-financeiro junto à ANTT para custear as obras.

Enquanto o projeto aguarda aprovação definitiva, a RioSP realiza a operação Romaria Segura 2025, com ações voltadas à proteção e ao acolhimento dos peregrinos.

Entre os dias 6 e 12 de outubro, foram instaladas 23 tendas de apoio em pontos estratégicos da Dutra — entre Arujá e Aparecida (trecho paulista) e entre Resende e Aparecida (trecho fluminense). Os postos funcionam 24 horas por dia, oferecendo água, banheiros, recarga de celular, coletes refletivos e orientações de segurança viária.

A concessionária também distribui materiais informativos em igrejas e paróquias, além de divulgar alertas nos painéis eletrônicos da rodovia.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que 40 mil pessoas façam a peregrinação a pé ou de bicicleta neste ano — número superior ao registrado em 2023, quando 37 mil romeiros participaram.

De acordo com o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), ligado à Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP), a Festa da Padroeira de 2025 deve reunir 450 mil visitantes em Aparecida até 12 de outubro.

Nos finais de semana, a prefeitura da cidade estima a chegada de até 150 mil pessoas, com permanência média de três a quatro dias.

Além da Dutra, a Rota da Luz, trajeto alternativo reconhecido pelo Santuário Nacional, também recebe tendas e ações de apoio. O caminho é considerado uma opção mais tranquila e com maior contato com a natureza.

A construção da via exclusiva é vista como um marco histórico para os peregrinos e para a segurança rodoviária no Vale do Paraíba. Caso receba a aprovação final da ANTT, o projeto será integrado às obras de modernização da Dutra, transformando o trajeto até Aparecida em uma rota segura, contínua e planejada.

“Estamos diante de uma obra que une fé, respeito e tecnologia. Garantir segurança aos romeiros é também uma forma de preservar uma das maiores tradições religiosas do país”, afirmou Borrel.