Maria Edite Vendas | 11 de outubro de 2025 - 07h10

Mato Grosso do Sul consolida protagonismo nas exportações e deve ter terceiro maior crescimento

Estado amplia diversidade produtiva, fortalece comércio internacional e se destaca em sustentabilidade e bioenergia, segundo dados do Mapa e do Banco do Brasil

ECONOMIA
Mato Grosso do Sul amplia exportações e projeta crescimento de 5,3% no PIB em 2025, segundo o Banco do Brasil. - (Fotos: Álvaro Rezende/Secom)

Com crescimento econômico consistente e foco em sustentabilidade, o Mato Grosso do Sul consolida-se como um dos principais polos exportadores do Brasil. O Estado combina diversificação produtiva, avanços logísticos e políticas de carbono neutro para impulsionar o desenvolvimento, mantendo como pilares a produção de carne, grãos e celulose.

De acordo com análise da Resenha Regional do Banco do Brasil, o Estado deve alcançar o terceiro maior crescimento do PIB nacional em 2025, com projeção de alta de 5,3%.

Os dez principais destinos das exportações sul-mato-grossenses são China, Estados Unidos, Países Baixos, Indonésia, Itália, Chile, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Índia, que juntos representam mais de 85% do valor exportado. No total, o Estado mantém relações comerciais com 120 países.

Em 2024, o Mato Grosso do Sul exportou cerca de US$ 7,5 bilhões, consolidando-se entre os principais estados exportadores do Centro-Oeste, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os principais produtos de origem agroindustrial foram:

Os maiores compradores são China (47%), União Europeia (11,8%), Estados Unidos (5,7%) e Indonésia (3%), seguidos por Chile, Emirados Árabes, Turquia, Índia e Egito.

O mercado chinês é o principal destino dos produtos sul-mato-grossenses, sobretudo soja, celulose e carne bovina. Em 2024, foram exportadas 5,6 milhões de toneladas de soja, somando US$ 2,4 bilhões em receita.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o dinamismo das exportações e o equilíbrio do setor produtivo do Estado.

“Mesmo em um cenário de incertezas no comércio internacional, Mato Grosso do Sul conseguiu expandir suas vendas externas, com destaque para a carne bovina e para a diversificação de destinos. Esse desempenho reforça nossa competitividade e abre caminho para novos mercados”, afirmou.

O Estado ocupa a quarta posição nacional na produção e exportação de carne bovina, com 3,96 milhões de cabeças abatidas, e é o primeiro em exportação de produtos florestais, com 1,75 milhão de hectares de eucalipto, seringueira e pinus plantados.

“Podemos destacar a solidez do desempenho das nossas exportações, lideradas pela celulose, seguidas pela soja e com forte participação do setor de carnes. Somos essencialmente um Estado exportador”, completou Verruck.

O Mato Grosso do Sul também é o terceiro maior exportador de etanol do país, com vendas de US$ 98 milhões em 2024, destinadas a 35 países, incluindo Holanda, Canadá, China, Egito, Portugal e Rússia.

A bioenergia exerce papel estratégico na agenda ambiental do Estado, sendo protagonista na redução das emissões de carbono e na produção de energia limpa e renovável. A iniciativa se insere no programa MS Carbono Neutro 2030, que reconhece o papel do setor na construção de uma economia sustentável e de baixo carbono.

Projetos como a Rota Bioceânica e a Rota da Celulose devem ampliar ainda mais a capacidade de escoamento de cargas, conectando o Estado aos portos do Pacífico e do Atlântico. Essas iniciativas reforçam a posição do Mato Grosso do Sul como corredor estratégico do agronegócio brasileiro e ampliam sua integração com os mercados asiático e europeu.

O avanço nas exportações reflete-se diretamente na interiorização do desenvolvimento econômico, com destaque para os municípios de Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, polos de produção e escoamento de soja, celulose e minério de ferro.

Esse dinamismo estimula investimentos estrangeiros diretos, aumenta a arrecadação, melhora a infraestrutura logística e energética e fortalece as cadeias produtivas locais.

A combinação entre agronegócio, industrialização e inovação tecnológica tem sustentado o modelo de crescimento de Mato Grosso do Sul, tornando o Estado referência em produtividade, sustentabilidade e competitividade global.

“Nosso desafio é manter esse ritmo, com responsabilidade ambiental e social, para que o desenvolvimento alcance todas as regiões do Estado”, reforçou Verruck.