Nesta sexta-feira (10), em uma palestra no Festival Curicaca, em Brasília, Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Administração do Banco Central, fez um esforço para esclarecer um mal-entendido: o Pix, sistema de pagamentos instantâneos usado por milhões de brasileiros, não foi criado para competir com o setor privado. Muito menos para atrapalhar empresas de tecnologia financeira.

“O Pix é uma estrada. Uma ponte. Foi feito para o setor privado criar outras inovações sobre ela”, afirmou Teixeira, ao comentar críticas feitas por autoridades dos Estados Unidos. Segundo ele, é falsa a ideia de que o BC quis tirar espaço de empresas com o Pix. A ideia, na verdade, era oposta: abrir caminho para mais inovação, mais eficiência, mais segurança.

Ainda durante a fala, o diretor explicou que os recentes ataques cibernéticos a instituições financeiras não foram culpa dos sistemas do Banco Central, e sim falhas em provedores de tecnologia que prestam serviço a bancos e outras instituições. “Nenhum sistema nosso teve problema. As falhas vieram de fora”, disse ele.

Por causa desses episódios, o Banco Central aumentou a fiscalização e criou regras mais rígidas para instituições que usam o Pix e também para os provedores de tecnologia.

Teixeira destacou que o Pix é só uma das várias frentes de inovação do Banco Central. Também mencionou o Open Finance, que já está em operação, e o Drex, a moeda digital brasileira, que deve começar a funcionar em 2026. Todos fazem parte de um plano maior: criar estruturas públicas para que empresas possam construir soluções em cima delas.

“Criamos a base. Agora é o setor privado que deve construir sobre ela”, resumiu.