Mato Grosso do Sul reforça papel estratégico no Corredor Bioceânico durante fórum na Argentina
Encontro em Jujuy consolidou avanços práticos como harmonização alfandegária e novas metas do Plano Diretor de Desenvolvimento
INTEGRAÇÃO REGIONALCom metas definidas e resultados concretos, Mato Grosso do Sul encerrou nesta quinta-feira (9) sua participação no VII Foro dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, realizado em San Salvador de Jujuy, no norte da Argentina. O evento reuniu representantes de oito territórios de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, fortalecendo a integração logística, econômica e institucional entre os países que compõem a rota.
Representando o governador Eduardo Riedel, o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) destacou que o estado sai do encontro com compromissos consolidados em torno de conectividade, inovação e sustentabilidade.
“Saímos do encontro com resultados concretos. O diálogo entre governo, iniciativa privada e universidades é essencial para transformar o corredor em um canal real de oportunidades”, afirmou.
Durante a cerimônia de encerramento, os governadores assinaram a Ata de Jujuy, documento que define novos compromissos multilaterais e as próximas etapas do Plano Diretor de Integração e Desenvolvimento do Corredor Bioceânico. Entre as medidas acordadas estão a harmonização dos horários das alfândegas, agora funcionando das 8h às 21h, e o fortalecimento das comissões técnicas responsáveis por monitorar obras de infraestrutura e modernização aduaneira.
A presidência pro tempore do fórum foi transferida para a Região de Antofagasta, no Chile, que sediará a próxima edição em 2026.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressaltou que a ata marca avanços práticos e reforça o protagonismo de Mato Grosso do Sul na integração continental. Ele lembrou que o estado é ponto de partida da rota, que liga o Atlântico ao Pacífico, e que as medidas acordadas — como o alinhamento de horários e a implementação da Convenção TIR, que agiliza o transporte internacional — ampliam a eficiência e a segurança da logística regional.
“O Mato Grosso do Sul é um eixo fundamental nessa rota que conecta o Brasil ao Pacífico, abrindo portas para o comércio, o turismo e a integração entre os países”, destacou Verruck.
A apresentação do Plano Diretor do Corredor Bioceânico destacou mais de 230 pontos de melhoria nos processos alfandegários e 100 projetos prioritários de infraestrutura, incluindo rodovias, portos secos e plataformas logísticas. Também foram iniciados estudos sobre cadeias produtivas regionais voltadas à agricultura, mineração, agroindústria, turismo e logística integrada.
A plataforma digital do corredor (www.corredorbioceanico.org) também teve novos avanços, oferecendo transparência e governança compartilhada entre os quatro países, com dados, indicadores e planos de ação acessíveis ao público.
Ponte de Porto Murtinho: obra símbolo da integração
A Rota Bioceânica de Capricórnio se estende por 3.300 quilômetros, ligando o Porto de Santos (Atlântico) aos portos do norte do Chile (Pacífico). No Brasil, o trajeto tem início em Porto Murtinho, onde está em construção a ponte internacional sobre o Rio Paraguai, que já ultrapassou 80% de execução e deve ser concluída no primeiro semestre de 2026.
“O corredor representa muito mais que uma via logística: é uma rota de desenvolvimento e integração entre países que compartilham os mesmos objetivos de crescimento sustentável”, concluiu Barbosinha.