Chefe do Comando Vermelho 'Matuê' é morto em operação da Polícia Civil
Liderança do CV na Gardênia Azul e Cidade de Deus foi localizada em Campinho; dois seguranças morreram e armas foram apreendidas
OPERAÇÃO CONTENÇÃOA Polícia Civil do Rio de Janeiro matou na manhã desta quinta-feira (9) Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, apontado como liderança do Comando Vermelho (CV) nas comunidades da Gardênia Azul e Cidade de Deus, ambas na zona sudoeste da capital. A ação ocorreu em Campinho, na zona norte, durante mais uma etapa da chamada Operação Contenção, que tem como objetivo frear o avanço territorial do grupo criminoso na região oeste e sudoeste do município.
Segundo a corporação, além de Matuê, dois seguranças dele também foram mortos no confronto. Equipes da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRECAP) participaram da intervenção. A polícia informou ter apreendido dois fuzis e uma pistola no local.
Como a ação se desenrolou - De acordo com a versão oficial, agentes civis foram à comunidade da Chacrinha, na zona sudoeste, para cumprir mandados de prisão contra o traficante. Ao avançarem para a execução dos mandados, os policiais foram atacados — afirmação que motiva o confronto segundo a corporação. Em meio à troca de tiros, Matuê tentou fugir do cerco, mas acabou neutralizado.
A Polícia Civil não detalhou nesta primeira comunicação a dinâmica completa do confronto — como percurso de fuga, número exato de disparos trocados ou o momento em que os seguranças foram atingidos — e informou que diligências seguem para apurar o caso e formalizar os autos; perícia técnica e demais procedimentos foram acionados.
Apontado pela polícia como integrante do chamado “Grupo Sombra”, Matuê tinha pelo menos 11 anotações criminais, segundo registros citados pela corporação. Entre as acusações que pesam sobre ele está a suspeita de participação em ações violentas na cidade: o grupo ao qual era ligado foi responsabilizado pela morte de três médicos durante um ataque em um bar da Barra da Tijuca, em 2023.
Além disso, a polícia o considera suspeito na investigação sobre a morte do agente José Lourenço, em maio deste ano, ocorrida na Cidade de Deus. Conforme o relato oficial, Matuê atuava como “braço de guerra” do Comando Vermelho — expressão usada pela corporação para descrever líderes que comandam invasões de territórios e confrontos com facções rivais — e chefiava o tráfico nas áreas sob seu comando.
A atual fase da Operação Contenção integra um esforço mais amplo da Polícia Civil para desorganizar a estrutura financeira, logística e operacional do Comando Vermelho na zona oeste e sudoeste do Rio. Até o momento, segundo balanço fornecido pelo órgão, a iniciativa prendeu 98 pessoas e teve dez criminosos neutralizados em confrontos anteriores.
“A ação da Polícia Civil depende da reação dos criminosos. Não ataquem a Polícia Civil! A resposta vem, e vem à altura. Não importa se vem no mesmo dia ou em alguns meses”, afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, ao comentar o desdobramento da operação. A declaração, divulgada pela corporação, reafirma a intenção institucional de intensificar investidas contra lideranças que promovem a chamada “guerra” por controle de áreas.
Materiais apreendidos e implicações - Além das prisões e neutralizações, a apreensão de armamento — dois fuzis e uma pistola no caso desta quinta — representa um impacto operacional para o grupo: armas pesadas e pistolas são, segundo a polícia, parte da capacidade bélica que permite ações violentas e a manutenção de pontos de venda de drogas. A retirada desse tipo de aparato do circuito criminoso reduz, ao menos temporariamente, a capacidade de confronto e intimidação do grupo.
A polícia informou que os materiais apreendidos serão encaminhados para perícia e integrados ao processo investigativo que apura os fatos da operação. Procedimentos como identificação dos corpos, lavratura de autópsia e produção dos laudos técnicos serão parte do inquérito que investigará as circunstâncias das mortes e eventuais excessos.
Os relatos oficiais apontam que o Comando Vermelho vinha ampliando sua atuação em bairros da zona oeste e sudoeste, com rota de atuação que inclui Gardênia Azul e Cidade de Deus — áreas onde, segundo a polícia, o grupo buscava consolidar controle sobre pontos de tráfico e rotas logísticas. A presença de “braços de guerra” como o atribuído a Matuê é vista pelas forças de segurança como um elemento central nessa escalada de violência.
O histórico ligado ao “Grupo Sombra” — especialmente eventos de grande repercussão, como o homicídio de profissionais da saúde em 2023 — acentuou a prioridade das investigações e operações para capturar os responsáveis por ataques que geraram comoção pública e pressão por respostas das autoridades.
Operações de grande porte, como a que resultou na morte de Matuê, costumam desencadear uma sequência de ações policiais e também repercussões locais: aumento de patrulhamento, revistas, novas prisões e medidas de inteligência voltadas a desarticular redes de apoio logístico e financeira. A Polícia Civil afirmou que continuará as diligências para localizar demais envolvidos, mapear a estrutura criminal e apreender material probatório.
A corporação também deverá aprofundar a análise sobre possível participação de outras lideranças ou grupos rivais, e investigar conexões interestaduais ou fornecimento de armas e drogas que alimentem a violência nas áreas sob disputa.
Procedimentos legais e transparência - Em casos com trecho conflituoso, é rotina a instauração de procedimento para verificar a legalidade da ação policial, a conduta dos agentes e eventuais excessos. O registro do caso em inquérito, as perícias e laudos técnicos serão elementos centrais para que o Ministério Público e órgãos de controle possam acompanhar se houve estrito cumprimento da lei por parte das equipes. A Polícia Civil afirmou que tomará as medidas necessárias e que a perícia técnica já foi acionada.
Até o momento, as informações oficiais confirmam a morte de Matuê e de dois seguranças durante a ação, a apreensão de armamentos e a participação das unidades Ssinte, Core e DRECAP na operação. Ainda não foram divulgados detalhes como identificação formal dos seguranças mortos, qual o papel exato de cada um no confronto, ônus probatórios que sustentem as anotações criminais mencionadas, ou o andamento de possíveis processos anteriores envolvendo o homem.
As famílias das vítimas, testemunhas e moradores de áreas afetadas poderão ser ouvidos nas próximas fases do inquérito, e a polícia informou que manterá a investigação em curso para “concluir os fatos”.
Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, apontado como liderança do Comando Vermelho (CV) na Gardênia Azul e Cidade de Deus, na zona sudoeste do Rio, foi morto durante uma operação da Polícia Civil em Campinho, na zona norte, na manhã desta quinta-feira, 9. Dois seguranças do traficante também morreram na ação da polícia.
Policiais civis da Subsecretária de Inteligência (Ssinte), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP) foi localizado durante mais uma etapa da "Operação Contenção", para combater o avanço do Comando Vermelho na região. De acordo com a polícia, dois fuzis e uma pistola foram apreendidos.
Os policiais foram à comunidade da Chacrinha, na zona sudoeste, com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra Matuê e foram atacados. De acordo com a Polícia Civil, Matuê tentou fugir do cerco.
O traficante possuía 11 anotações criminais e era integrante do chamado "Grupo Sombra", que matou três médicos durante um ataque em bar, na Barra da Tijuca, em 2023.
Ele também era suspeito de envolvimento na morte do agente José Lourenço, em maio deste ano, na Cidade de Deus. Além de chefiar o tráfico nas localidades, ele atuava como "braço de guerra" do Comando Vermelho, liderando invasões e confrontando facções rivais.
"A ação da Polícia Civil depende da reação dos criminosos. Não ataquem a Polícia Civil! A resposta vem, e vem à altura. Não importa se vem no mesmo dia ou em alguns meses", afirmou o secretário de Policia Civil, delegado Felipe Curi.
A "Operação Contenção", para conter e atacar o avanço territorial do Comando Vermelho na zona oeste e sudoeste do Rio, já prendeu 98 criminosos. Dez foram neutralizados em confronto.
O principal objetivo da operação, segundo a Polícia Civil, é desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região.