Enrico Feitosa | 08 de outubro de 2025 - 18h20

O sotaque chileno do progresso: como a Arauco aprendeu a falar sul-mato-grossense

No coração de Inocência, cidade de pouco mais de 8 mil habitantes, o Projeto Sucuriú transforma o antigo cerrado em símbolo de progresso e conexão global o maior investimento privado em curso no Mato Grosso do Sul

48 ANOS EM MOVIMENTO
Evento em Inocência marca os 48 anos de MS com visita ao maior investimento privado em andamento no Estado: o Projeto Sucuriú. - (Foto: Divulgação)

Na manhã desta quarta-feira (08 de outubro), cerca de cem convidados — entre autoridades, imprensa, clientes e lideranças — foram recebidos pela Arauco, multinacional chilena de base florestal e celulose, para uma celebração dupla: os 48 anos de Mato Grosso do Sul e o avanço das obras da nova indústria.

Sob o sol do Cerrado, os visitantes calçaram botas e colocaram capacetes para um tour pelo canteiro, onde 7.500 trabalhadores erguem, quase como em coreografia, o futuro polo industrial de Inocência. O que se viu foi mais que uma construção: foi o nascimento visível de uma promessa — de desenvolvimento, emprego e integração.

Leonardo Crociati, gerente executivo do Projeto Sucuriú na Arauco, durante visita técnica às obras em Inocência (MS).
Carlos Altimira, presidente da Arauco Brasil, fala sobre sustentabilidade, integração e o compromisso da empresa com o futuro de Mato Grosso do Sul.

Na cerimônia, o tom foi de gratidão e pertencimento. O presidente da Arauco Brasil, Carlos Altimira, falou com a serenidade de quem aprendeu a decifrar o jeito sul-mato-grossense de ver o mundo. Chileno, mas com sotaque já moldado pela convivência com o interior do país, ele dedicou boa parte de seu discurso à comunidade que acolheu a empresa.

“Somos estrangeiros, sim, mas hoje nos sentimos parte desta terra. A Arauco veio para ficar, crescer e caminhar junto com Inocência”, disse Altimira, em um português pausado e emocionado.

Minitão, diretor da Arauco Brasil, Mário José de Souza Neto, vice-presidente de Madeiras, e o prefeito Toninho da Cofapi durante homenagem ao município de Inocência.
Fábio Verardi, diretor Comercial de Madeiras da Arauco Brasil, conduz a homenagem ao Estado de Mato Grosso do Sul e fala em nome da empresa durante o encerramento da cerimônia.

Ao lado de Altimira, estavam os principais executivos da companhia: Mário José de Souza Neto (vice-presidente de Madeiras), Theófilo Militão (diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais), Valéria Ribeiro (diretora de Pessoas), Milena Penhavel (diretora Jurídica), Flávio Verardi (diretor Comercial de Madeiras), Tom Demetrio (diretor de Supply Chain e Negócios), Julio Scarperini (diretor Técnico Industrial), Claudinei Santos e Fábio Nakano (diretores de Operações). A presença conjunta simbolizou o compromisso da empresa com o território — da gestão de pessoas à tecnologia industrial.

O prefeito de Inocência, Toninho da Cofapi, ao lado de executivos da Arauco Brasil — entre eles o presidente Carlos Altimira — durante celebração pelos 48 anos de Mato Grosso do Sul.
Mário José de Souza Neto, vice-presidente de Madeiras da Arauco Brasil, durante discurso em celebração aos 48 anos de Mato Grosso do Sul.

Entre as autoridades locais, o destaque foi o prefeito de Inocência, Antônio Ângelo Garcia dos Santos (Toninho da Cofapi), acompanhado da primeira-dama, Marina Aparecida de Jesus Santos. Toninho recebeu uma placa simbólica em homenagem ao município, entregue por Altimira e Mário Neto, em um gesto de reconhecimento pelo apoio da cidade ao projeto.

Mário José de Souza Neto, vice-presidente de Madeiras da Arauco Brasil, entrega ao prefeito Toninho da Cofapi uma placa em homenagem a Inocência (MS), durante a solenidade comemorativa.

O governador Eduardo Riedel não pôde estar presente, mas foi representado por uma comitiva da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), chefiada pelo secretário-executivo Artur Henrique Leite Falcette, responsável pelo discurso oficial em nome do governo estadual. Também participaram do evento o secretário executivo da Casa Civil, Éder Uilson França Lima (Tuta), e representantes municipais como Gilmares Leal (Finanças), Jonathan Fernandes (Esporte, Cultura e Lazer), Julice Sato (Convênios) e Igor Duarte Sousa (delegado da Polícia Civil), além de líderes das forças de segurança e colaboradores do poder público.

Artur Henrique Leite Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc, representou o governador Eduardo Riedel e falou em nome do Governo do Estado durante o evento.

Durante o evento, a Arauco apresentou a nova linha de produtos “Ritmos”, inspirada na diversidade cultural brasileira. Uma das peças, batizada de “Sertanejo”, foi criada em homenagem ao Mato Grosso do Sul — e foi recebida com emoção pelo prefeito Toninho, que, ao agradecer, afirmou: “Eu sou sertanejo. E é bonito ver uma empresa internacional entender o valor dessa palavra.”

Entre os convidados, estavam ainda representantes de empresas parceiras e clientes da Arauco, vindos de várias regiões do país — como Josi Signori, do Sebrae; Fernanda Maia, da Valmet América Latina; e empresários dos setores moveleiro e florestal, como Aldo Luiz Pan, José Álvaro Góes, Roberto Pereira da Costa e Allan Costa Barbosa, que acompanharam de perto a visita técnica e o tour pelas instalações.

A fala do prefeito ecoou o espírito do encontro. A indústria chilena aprendeu a traduzir o Brasil não apenas em cifras ou toneladas de celulose, mas em gestos de aproximação: ao chamar o estado de “nossa casa”, ao reconhecer o trabalhador local, ao valorizar o sotaque e o calor humano que movem o interior.

O prefeito Toninho da Cofapi destacou o papel de Inocência na expansão industrial do estado durante a cerimônia no Projeto Sucuriú.
Carlos Altimira, presidente da Arauco Brasil, durante discurso de encerramento da celebração pelos 48 anos de Mato Grosso do Sul, realizada no Projeto Sucuriú, em Inocência.

O evento foi encerrado com um almoço coletivo e a sensação de que Inocência vive um novo tempo. Entre máquinas, risadas e vozes misturadas, o espanhol e o português pareciam formar um único idioma: o da esperança.