Agência EStado | 08 de outubro de 2025 - 18h45

NBA retorna à China após quatro anos com Nets e Suns em Macau

Primeiros jogos na China desde 2019 marcam retomada do basquete americano no país, apesar de tensões políticas e comerciais

BASQUETE
NBA retorna à China em 2025. - (Foto: Instagram/@NBA)

Após quatro anos, a NBA volta a disputar partidas na China. Brooklyn Nets e Phoenix Suns jogam em Macau nesta sexta-feira e domingo, em confrontos de pré-temporada que marcam a retomada da liga no país asiático desde 2019, quando a relação com a China sofreu abalo devido a questões geopolíticas.

Diferente da última visita, marcada por silêncio e público contido durante os jogos entre Brooklyn Nets e Los Angeles Lakers, desta vez a NBA promete um retorno ao normal, com boa recepção dos fãs. “A China tem uma das maiores bases de fãs do mundo — centenas de milhões de pessoas jogam basquete no país — e nossa missão é inspirar e conectar pessoas em todos os lugares por meio do basquete”, afirmou o vice-comissário da NBA, Mark Tatum.

O distanciamento anterior foi desencadeado por um tuíte de Daryl Morey, então gerente do Houston Rockets, em apoio aos protestos de Hong Kong, que resultou na suspensão de transmissões e relações comerciais da NBA na China por anos. Hoje, o retorno acontece em um cenário ainda sensível, marcado por atritos comerciais e críticas sobre direitos humanos.

“Grande parte da indústria esportiva se baseia em relacionamentos, e acreditamos que o esporte tem papel único na construção de comunidade — não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente”, afirmou o comissário Adam Silver.

Os jogos serão realizados na Venetian Arena, em Macau, propriedade da Las Vegas Sands Corp., que também administra cassinos no local. Jordan Ott, técnico do Suns, destacou a relevância do evento para o time e para a NBA.

A presença chinesa na NBA também se reflete nos proprietários: os Nets são controlados por Joe Tsai, da gigante Alibaba, e a liga acompanha com expectativa o novato Yang Hansen, do Portland Trail Blazers, que também celebra a volta da liga ao país. “Espero que possamos jogar mais vezes na China no futuro e compartilhar o basquete com todos os meus amigos”, disse o atleta.

A China representa um mercado estratégico, com cerca de 300 milhões de fãs de basquete. O impacto já é sentido, segundo Dewayne Hankins, presidente dos Blazers: “Nosso público em mídias sociais foi recorde neste verão, muito por causa do interesse em Yang Hansen.”

Fãs chineses seguem demonstrando grande entusiasmo. Jogadores como Victor Wembanyama, LeBron James, Jimmy Butler e Stephen Curry atraem multidões em visitas ao país, reforçando a paixão pelo esporte. “O nível de habilidade e a empolgação em torno do jogo são realmente especiais”, afirmou Curry.