O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), afirmou nesta quarta-feira (8), em entrevista à CNN Brasil, que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pode considerar disputar a Presidência da República nas eleições de 2026, caso haja uma forte mobilização política em torno de seu nome.

“Não que eu tenha escutado isso diretamente dele, mas, pelo que conheço do Tarcísio e pelo compromisso que ele tem com o Estado de São Paulo e com o país, ele pode aceitar um convite, desde que haja uma mobilização que realmente indique uma união em torno do nome dele. Mas, como eu disse, o foco dele é o governo do Estado. Ainda é muito cedo para cravar qualquer posição”, declarou Ramuth.

Apesar da especulação, o vice-governador ressaltou que o assunto ainda exige amadurecimento dentro do campo político conservador. “Na verdade, é algo que precisa ser muito debatido. E, depois, obviamente, não apenas o presidente Jair Bolsonaro, mas, a partir de um eventual posicionamento dele, a direita como um todo teria que se mobilizar para fazer esse convite e convocar o governador Tarcísio para essa missão”, afirmou.

Ramuth também reforçou que o governador não tem demonstrado interesse em temas relacionados à disputa presidencial. “Ele não tem perdido tempo com essa agenda da eleição presidencial. Ele é candidato à reeleição ao governo de São Paulo”, enfatizou.

Mesmo assim, o vice-governador reconheceu que há movimentos externos que defendem o nome de Tarcísio para o Palácio do Planalto. “Parte da sociedade civil organizada gostaria de vê-lo como candidato à Presidência da República. Alguns partidos políticos, principalmente os de direita, também gostariam de tê-lo como representante da centro-direita e da direita nas próximas eleições”, observou.

Segundo Ramuth, esse movimento ainda não parte do entorno do governador. “Essa movimentação é mais de fora para dentro. Não é um desejo dele”, completou.

Os rumores sobre uma possível candidatura de Tarcísio de Freitas ganharam força após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado. O fortalecimento da atuação de Tarcísio em pautas de interesse da direita, como a defesa do projeto de lei que prevê anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, também alimentou as especulações sobre seu futuro político.

Embora o governador evite se posicionar sobre o tema, aliados avaliam que sua boa avaliação em São Paulo e sua proximidade com setores conservadores o colocam como uma das principais alternativas para a direita nas eleições de 2026, especialmente diante da incerteza sobre a participação de Bolsonaro no pleito.

Por enquanto, Tarcísio de Freitas segue reafirmando seu foco na administração paulista, mantendo distância das discussões eleitorais nacionais — mas, segundo Felicio Ramuth, o cenário pode mudar caso o nome do governador se torne consenso entre as forças de direita no país.