Redação | 08 de outubro de 2025 - 10h40

Leila responde Bap e defende posição do Palmeiras na Libra

Presidente alviverde rebate insinuações sobre compra da SAF do Vasco e reforça compromisso com acordos assinados no bloco

ESPORTE
Leila Pereira mantém posição de defesa da Libra após acusações de Luiz Eduardo Baptista, o Bap - (Foto: Pedro Kirilos/Estadão)

A tensão dentro da Libra voltou a crescer após declarações de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, durante reunião do Conselho Deliberativo rubro-negro. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, respondeu publicamente às críticas nesta quarta-feira (9), reafirmando que o clube seguirá honrando os contratos firmados e negando qualquer interesse em comprar a SAF do Vasco.

"Defendo os interesses do Palmeiras, mas sem prejudicar adversários. Trabalho pelo crescimento do futebol brasileiro e cumpro todos os acordos assinados pelo clube", afirmou Leila. A fala foi uma reação direta à declaração de Bap, que havia dito que ela “tem uma agenda muito clara” dentro da liga.

Bap também levantou suspeitas sobre um possível envolvimento da Crefisa, empresa presidida por Leila, na estrutura da SAF vascaína. Em resposta, a dirigente ironizou: “Pode ficar tranquilo, eu não estou comprando o Vasco. Aliás, nem o Vasco nem a Netflix”, disse, em alusão a uma fala antiga de Bap quando era executivo da Sky, em que mencionou a possibilidade de adquirir a plataforma de streaming.

Recentemente, veio à tona que a Crefisa concedeu um empréstimo de R$ 80 milhões ao Vasco, com cláusula que permite à empresa vetar novos investidores na SAF, caso as parcelas não sejam quitadas.

No centro da disputa está o modelo de divisão das receitas de transmissão da TV Globo. O contrato, válido até 2029, estipula R$ 1,17 bilhão por ano, além de ganhos com o pay-per-view Premiere. A divisão do montante segue o critério: 40% igualitário, 30% por desempenho esportivo e 30% por audiência.

O Flamengo discorda da fatia destinada à audiência e moveu ação judicial para bloquear o repasse de R$ 77 milhões às demais equipes, alegando que os critérios atuais não valorizam adequadamente o peso financeiro do clube. O Palmeiras, por sua vez, estuda uma ação para ter acesso aos valores da segunda parcela do contrato.

Até agora, foram pagos dois repasses — o primeiro, de R$ 76,6 milhões, feito em julho — com mais duas parcelas previstas até o fim da temporada.

Apesar de afirmar que continuará na Libra até 2029, Bap vem se isolando no bloco. A possibilidade de uma eventual saída forçada do Flamengo já é ventilada por outros clubes. A Libra é formada atualmente por 17 membros, incluindo Palmeiras e Flamengo, além de Atlético-MG, Bahia, Grêmio, São Paulo, Santos, Vitória e outros clubes das Séries A e B.