A segunda-feira (06 de outubro), começou diferente para um grupo de prefeitos sul-mato-grossenses. O ponto de partida foi Porto Murtinho, às margens do Rio Paraguai. Dali, partiu uma caravana rumo ao Pacífico, atravessando Paraguai, Argentina e Chile. O objetivo: enxergar de perto o que a Rota Bioceânica representa e como esse novo corredor pode transformar as economias locais de Mato Grosso do Sul.

A missão técnica foi organizada pelo Sebrae/MS e pelo Governo do Estado, com apoio da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). A iniciativa integra o programa Cidade Empreendedora, que busca fortalecer a gestão pública e incentivar o desenvolvimento dos municípios.

O grupo é formado por representantes de 12 cidades — entre elas Amambai, Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Jardim e Ribas do Rio Pardo. O trajeto começou com a visita às obras da ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai. Como a estrutura ainda está em construção, a travessia foi feita por balsa.

Depois, os prefeitos seguiram viagem atravessando comunidades indígenas e a cidade paraguaia de Loma Plata. Na Argentina, participarão do VII Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio, entre os dias 8 e 10 de outubro, em San Salvador de Jujuy. O encontro reúne lideranças dos países que fazem parte da rota, com foco em cooperação econômica, turismo e integração regional.

O percurso termina em Iquique, no Chile, onde a comitiva visitará a Zona Franca e o Porto local — pontos centrais para o comércio internacional.

Para o diretor-superintendente do Sebrae/MS, Claudio Mendonça, a expedição é uma oportunidade de aproximar os municípios do futuro. “Nosso intuito é levar conhecimento e abrir caminhos para que pequenos negócios e prefeituras se preparem para as oportunidades que virão. Mato Grosso do Sul está no meio do crescimento da América Latina”, afirmou.

O presidente da Assomasul e prefeito de Itaquiraí, Thalles Tomazelli, destacou que a viagem vai muito além do simbolismo. “Conhecer o trajeto é entender o potencial econômico, turístico e logístico da rota. Todos os municípios serão impactados direta ou indiretamente. Esse é um portal que pode tornar Mato Grosso do Sul mais competitivo”, disse.

Já o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, resume a emoção de ver o sonho saindo do papel. “Esperamos por isso há mais de 30 anos. A Rota Bioceânica será nosso novo Canal do Panamá, encurtando em até 17 dias o acesso aos mercados asiáticos. É um marco histórico para nossa região.”

Mais do que uma viagem, a missão representa um movimento de preparação. De Porto Murtinho ao Chile, o grupo de gestores percorre não apenas estradas, mas também o caminho de um futuro que promete colocar Mato Grosso do Sul no mapa da integração continental.