Caio Possati | 07 de outubro de 2025 - 07h40

São Bernardo confirma primeira morte por metanol; cidade registra seis óbitos e 78 casos suspeitos

Bruna Araújo, de 30 anos, foi internada por intoxicação; prefeitura interdita bares e investiga comercialização de bebida adulterada

METANOL
Jovem de São Bernardo é internada após consumir vodca - (Foto: Reprodução; e Adobe Stock)

São Bernardo do Campo confirmou o falecimento de Bruna Araújo de Souza, 30 anos, após ingestão de bebida adulterada com metanol. Ela estava internada desde o fim de setembro em hospital municipal e teve a contaminação confirmada por exames posteriores.

Imagens da sequência dos eventos apontam que Bruna foi submetida ao protocolo de morte cerebral após agravamento do quadro, e a equipe médica, em conjunto com a família, optou por cuidados paliativos. A Prefeitura informou que ela “evoluiu a óbito após adoção desse protocolo”.

A Vigilância Epidemiológica local já registrou 78 notificações de casos suspeitos, dos quais 72 seguem em atendimento e seis terminaram em óbito — sendo Bruna a única até agora com diagnóstico laboratorial confirmado de intoxicação por metanol. Os demais óbitos estão sob investigação pelo Instituto Médico Legal.

Em âmbito federal, o Ministério da Saúde contabiliza 17 casos confirmados de intoxicação por metanol no Brasil e cerca de 200 investigações em curso. No Estado de São Paulo, já foram confirmados 15 casos, com dois óbitos verificados, mas ainda sem inclusão oficial da morte de Bruna no balanço nacional.

A prefeitura de São Bernardo informou que já interditou quatro estabelecimentos comerciais e lotes de bebidas supostamente contaminadas. A polícia civil também apreendeu garrafas nos locais investigados e a Delegacia de Investigações sobre Infrações contra o Meio Ambiente (DICMA) conduz o inquérito criminal para apurar quem comercializou as bebidas adulteradas.