Greta Thunberg e Luizianne Lins seguem detidas em Israel após interceptação de flotilha rumo a Gaza
Ativistas denunciam maus-tratos durante prisão; governo israelense nega e diz que deportações seguem em curso
CONFLITO INTERNACIONALA ativista sueca Greta Thunberg e a deputada federal brasileira Luizianne Lins (PT-CE) continuam detidas em Israel após a interceptação de uma flotilha humanitária que se dirigia à Faixa de Gaza. Os navios foram interceptados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em meio ao bloqueio marítimo imposto por Tel Aviv. A operação deteve mais de 450 ativistas de diversas nacionalidades, que, segundo as autoridades israelenses, estão sendo gradualmente deportados.
Entre os detidos, dois ativistas denunciaram que Greta estaria sofrendo maus-tratos durante sua custódia. Eles afirmam que viram a jovem sendo empurrada e forçada a posar com uma bandeira israelense. Os relatos, no entanto, não foram acompanhados de provas. Os dois ativistas fizeram as denúncias ao chegarem à Turquia após deportação.
O governo de Israel classificou as acusações como “mentiras descaradas” e afirmou que os direitos legais de todos os detidos estão sendo respeitados. “Greta não apresentou nenhuma reclamação às autoridades israelenses sobre essas alegações absurdas e infundadas — porque elas simplesmente nunca aconteceram”, declarou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Interceptação da flotilha e reação internacional
A flotilha, composta por 42 embarcações e mais de 450 pessoas a bordo, partiu com o objetivo de levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que sofre um cerco imposto por Israel por terra, mar e ar. Entre os passageiros estavam ativistas, parlamentares, médicos e representantes de organizações internacionais.
Todos os navios foram interceptados antes de chegarem à costa de Gaza. As autoridades israelenses alegam que os ativistas “se recusaram a agilizar sua deportação” e que alguns estariam “tentando prolongar sua permanência sob custódia” para gerar repercussão internacional.
O episódio provocou forte reação de países e entidades internacionais. Na sexta-feira (3), o governo brasileiro apresentou uma denúncia contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, criticando a interceptação da flotilha e a detenção dos ativistas, incluindo cidadãos brasileiros.
Deportações em andamento
Até o momento, cerca de 170 ativistas já foram deportados, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel. Neste sábado (4), 137 ativistas de 13 nacionalidades desembarcaram no Aeroporto Internacional de Istambul, na Turquia. Greta Thunberg, Luizianne Lins e outros 12 brasileiros seguem detidos na Prisão de Ktziot, no sul de Israel.
Israel afirma que está trabalhando para finalizar todas as deportações “o mais rápido possível”, mas atribui parte da demora às supostas tentativas de obstrução por parte de alguns ativistas.
Brasil entre os países afetados
Além de Luizianne Lins, outros brasileiros fazem parte do grupo de detidos, embora o Itamaraty ainda não tenha divulgado uma posição oficial sobre o andamento das negociações para repatriação dos cidadãos brasileiros.
A deputada federal cearense, que integrava a comitiva internacional da flotilha, ainda não se manifestou publicamente. Já a assessoria da parlamentar confirmou sua participação na missão humanitária, mas aguarda novos desdobramentos para emitir nota oficial.