Redação O Estado de S. Paulo | 04 de outubro de 2025 - 07h50

Sanae Takaichi deve se tornar primeira mulher a governar o Japão

Ex-ministra da Segurança Econômica vence eleição interna do LDP e substitui Shigeru Ishiba no comando do partido governista

INTERNACIONAL
Sanae Takaichi faz dicurso na largada da campanha para liderança do PDL - (Foto: Franck Robichon/AFP)

Em um movimento histórico, o Partido Liberal Democrata (LDP), que governa o Japão, elegeu neste sábado (4) a ex-ministra da Segurança Econômica Sanae Takaichi como nova líder da sigla. Com a vitória, ela se torna a principal candidata a assumir o cargo de primeira-ministra, o que poderá torná-la a primeira mulher a liderar o governo japonês.

Takaichi venceu o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, em um segundo turno da votação interna do partido. Koizumi é filho do ex-premiê Junichiro Koizumi, uma das figuras mais populares da política japonesa nas últimas décadas. A disputa marcou um momento significativo no partido, tradicionalmente dominado por homens e com tendência conservadora.

Com a saída de Shigeru Ishiba da liderança do LDP, a eleição de Takaichi vem em meio a uma tentativa da legenda de reconquistar a confiança da população após perdas eleitorais recentes. O LDP, apesar disso, continua como a maior força política na câmara baixa do Parlamento japonês, responsável por escolher o chefe de governo.

Essa conjuntura torna a ascensão de Takaichi ao posto de primeira-ministra altamente provável, já que os partidos de oposição permanecem fragmentados e sem força suficiente para formar uma maioria alternativa.

Reconhecida como uma das vozes mais conservadoras dentro do LDP, Sanae Takaichi é conhecida por posições firmes em temas como segurança nacional, economia e valores tradicionais. Sua liderança poderá marcar uma mudança de postura no governo, com possível endurecimento de políticas em áreas estratégicas.

A vitória de Takaichi também representa um marco simbólico para a política japonesa, frequentemente criticada pela baixa representatividade feminina em cargos de liderança. Se confirmada no cargo de primeira-ministra, ela quebrará uma barreira histórica no país.

Agora, a expectativa gira em torno da formalização de sua indicação ao cargo e da formação de um novo gabinete. A transição ocorre em um cenário político desafiador, com o Japão lidando com questões econômicas internas, segurança regional e a necessidade de restaurar a confiança da população nas instituições.