Polícia Federal investiga indústrias em três Estados por suspeita de bebida adulterada
Fiscalização mira possíveis casos de adulteração com metanol; Brasil já soma 59 notificações de intoxicação, com uma morte confirmada
BRASILA Polícia Federal, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), deflagrou nesta sexta-feira (3) uma operação de fiscalização em indústrias de bebidas localizadas em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. O objetivo é apurar suspeitas de adulteração em bebidas alcoólicas, especialmente a presença de substâncias tóxicas, como o metanol.
As ações ocorreram em Campinas (SP), Chapecó e Joinville (SC), além de Poços de Caldas (MG). Amostras dos produtos foram recolhidas e encaminhadas para análise químico-sanitária, a fim de verificar a conformidade dos insumos, a rastreabilidade dos lotes e a eventual responsabilidade de fabricantes ou distribuidores.
Casos de intoxicação no País
O alerta ganhou força após o Ministério da Saúde confirmar 59 casos de intoxicação por metanol no Brasil, sendo 11 confirmados laboratorialmente. Do total, 53 foram registrados em São Paulo, cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal. Há uma morte confirmada em São Paulo e sete casos ainda sob investigação, dois em cidades pernambucanas (João Alfredo e Lajedo) e cinco em municípios paulistas (São Bernardo do Campo e capital).
Na quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a recomendação para que a população evite o consumo de destilados, especialmente os incolores e sem procedência clara. “Não estamos falando de um produto essencial para a vida. Não há problema nenhum em deixar de consumir”, destacou.
Padilha lembrou ainda que cervejas apresentam menor risco de adulteração devido a características como carbonatação e embalagens lacradas, embora já tenham ocorrido falhas pontuais na produção em casos anteriores.