Redação O Estado de S. Paulo | 02 de outubro de 2025 - 20h30

Ministra da Argentina quer aplicar lei antimáfia em caso de triplo feminicídio transmitido ao vivo

Patricia Bullrich defendeu o uso da legislação contra crime organizado para punir não apenas os assassinos, mas também quem assistiu à transmissão

ARGENTINA
A ministra Patricia Bullrich pediu o uso da lei antimáfia contra todos que participaram do crime. - (Foto: Luis Robayo/AFP)

A ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, defendeu nesta quarta-feira (1º) a aplicação da lei antimáfia contra todos os envolvidos no triplo homicídio que abalou o país, incluindo aqueles que acompanharam a transmissão ao vivo do crime em redes sociais.

As vítimas — Morena Verdi, 20 anos, Brenda Del Castillo, 20, e Lara Morena Gutiérrez, 15 — foram sequestradas, torturadas e mortas no dia 19 de setembro. O assassinato, cometido em uma casa usada como ponto de tráfico de drogas na região metropolitana de Buenos Aires, foi transmitido ao vivo, o que aumentou a comoção no país.

“Propusemos à província de Buenos Aires e à Justiça que seja aplicada a lei antimáfia, a lei contra o crime organizado”, declarou Patricia em entrevista coletiva citada pelo jornal La Nación. “Para nós, assassinos são os que mataram, os que estavam no carro e também os que assistiram ao vídeo.”

Para que a medida seja adotada, é necessário que o governo provincial dê aval. A legislação costuma ser usada em casos de tráfico de drogas, extorsão e tráfico humano.

Até agora, nove pessoas foram presas sob suspeita de participação. Segundo Javier Alonso, ministro da Segurança da Província de Buenos Aires, a principal linha de investigação aponta para envolvimento com o tráfico de drogas. Ele afirmou que não está descartada a hipótese de as jovens terem sido acusadas de roubar cocaína do grupo criminoso.

A existência da transmissão foi confirmada após a confissão de um dos suspeitos detidos.