MP investiga precariedade na Clínica da Mulher em Dourados
Unidade, inaugurada em 2014, apresenta problemas estruturais e falta de recursos; município promete reestruturação
SAÚDEO Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 10ª Promotoria de Justiça de Dourados, instaurou procedimento administrativo para acompanhar as medidas da Prefeitura voltadas à reestruturação da Clínica da Mulher. A investigação foi motivada por denúncias de precariedade estrutural, falta de materiais e carência de profissionais na unidade, referência no atendimento à saúde feminina na região.
Criada em 2014 com recursos federais e contrapartida municipal, a clínica foi idealizada como centro especializado em exames de mamografia, ultrassonografia, colposcopia, densitometria óssea e planejamento familiar. Hoje, porém, enfrenta sérios problemas: rachaduras, mofo, pintura deteriorada, risco de desabamento na marquise de entrada, além de equipamentos obsoletos e mobiliário danificado.
Providências solicitadas
O MPMS requisitou informações à Secretaria Municipal de Saúde e à Secretaria Municipal de Obras Públicas, incluindo vistoria técnica e relatório detalhado sobre as reformas necessárias. Em resposta, a gestão informou que há licitações em andamento para aquisição de insumos e que parte dos equipamentos foi retirada por falta de condições seguras de uso. A unidade, no entanto, continua funcionando com alguns aparelhos e equipe multiprofissional, conforme lista encaminhada ao órgão.
Além disso, o Ministério Público acompanha o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2021, que prevê melhorias no atendimento pré-natal da macrorregião e estabelece a obrigação de fornecer insumos, equipamentos e profissionais à clínica.
Outro ponto apurado é a ausência de convênio para reforma da unidade, mesmo após o repasse de R$ 879,7 mil do Governo do Estado em 2022, que ainda não foi utilizado para a execução das melhorias.
Fiscalização e direitos
De acordo com o MPMS, o procedimento busca garantir a efetividade das políticas públicas de saúde e assegurar atendimento integral às mulheres, em conformidade com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM).
O órgão destacou que continuará acompanhando o caso para garantir que a clínica seja reestruturada, reafirmando seu papel na fiscalização da gestão pública e na defesa dos direitos fundamentais da população.