A disputa entre Palmeiras e Flamengo ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (2). O clube paulista anunciou que irá processar o rival carioca após o bloqueio judicial de uma parcela de R$ 77 milhões que a Globo deveria repassar aos membros da Libra.

O valor corresponde a ganhos de audiência previstos no contrato firmado entre a emissora e os clubes do bloco. A medida foi obtida pelo Flamengo na Justiça do Rio e provocou reação imediata de outros integrantes da Libra, que pressionam a diretoria rubro-negra.

Em entrevista ao GE, a presidente Leila Pereira classificou a ação como "individualista e predatória" e confirmou que seus advogados já preparam a ação judicial. "Nós vamos, sim, buscar na Justiça uma indenização pelo prejuízo que a conduta do Flamengo está causando ao Palmeiras e aos demais clubes da Libra. Não aceitamos essa pressão", afirmou.

A dirigente ainda descartou a possibilidade de renegociar o acordo. "Se a atual gestão do Flamengo acha que conseguirá mudar o contrato assinado pelo presidente Landim, pode tirar o cavalinho da chuva. Esse assunto já foi discutido e está encerrado", completou.

Na última semana, em nota oficial, o Palmeiras já havia chamado a postura do Flamengo de "predatória" e "torpe", declaração que foi endossada por São Paulo, Santos, Atlético-MG e outros membros da Libra. Atualmente, fazem parte do bloco clubes como Grêmio, Bahia, Red Bull Bragantino, Guarani, Paysandu, Remo, Vitória e Volta Redonda, além de Palmeiras e Flamengo.

O Flamengo, por sua vez, defende que a divisão das receitas por audiência não reconhece seu peso na geração de recursos e cita previsão estatutária de veto sobre o rateio. Em 2024, o bloco fechou contrato de quatro anos com a Globo, no valor de R$ 1,17 bilhão, além de parte da receita do Premiere. A verba do Brasileirão é distribuída em 40% iguais, 30% conforme desempenho em campo e 30% pela audiência.

Sem acordo ao longo do ano, o clube carioca optou por recorrer à Justiça. Agora, o impasse ameaça aumentar a tensão dentro da Libra, que vive seu momento mais delicado desde a assinatura do contrato.