Crespo e Palermo se reencontram no Brasileirão como técnicos de ataques em crise
Ex-artilheiros da seleção argentina vivem momentos distintos no comando de São Paulo e Fortaleza, que somam baixos números ofensivos no campeonato
ESPORTENesta quinta-feira, às 19h30, na Arena Castelão, o Campeonato Brasileiro promove um duelo curioso entre dois velhos conhecidos dos tempos de seleção argentina. Hernán Crespo, do São Paulo, e Martín Palermo, do Fortaleza, voltam a se enfrentar — agora fora das quatro linhas — comandando equipes que sofrem para balançar as redes.
Apesar do passado como atacantes letais, os times dirigidos por Crespo e Palermo estão entre os piores em desempenho ofensivo no Brasileirão. O São Paulo marcou 27 gols até aqui e tem o oitavo pior ataque da competição. O Fortaleza, por sua vez, marcou 24, ocupando a vice-lanterna com o sexto pior ataque.
Passado goleador, presente travado - Ambos os técnicos têm histórico de sucesso como jogadores. Crespo anotou 328 gols na carreira e disputou as Copas de 2002 e 2006 pela Argentina, com 35 gols pela seleção. Já Palermo marcou 308 vezes, sendo o maior artilheiro da história do Boca Juniors, com 237 gols. Ele ainda ficou famoso pelos três pênaltis perdidos contra a Colômbia na Copa América de 1999 e pelo gol salvador contra a Grécia na Copa de 2010.
Agora, no entanto, o cenário é outro. Em campo, os números não refletem mais o faro de gol de seus tempos de glória.
Crespo sente a pressão após início promissor - Hernán Crespo teve um retorno empolgante ao São Paulo, com cinco vitórias seguidas e oito jogos de invencibilidade no Brasileirão. No entanto, o bom momento ficou para trás. O Tricolor perdeu os últimos quatro jogos e marcou apenas um gol nas últimas seis partidas — justamente na vitória contra o Botafogo por 1 a 0.
Além das derrotas, a equipe também amargou eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores. A torcida, desanimada, vem se afastando do MorumBis. Ainda assim, o São Paulo ocupa a oitava colocação e segue na disputa por uma vaga na Libertadores de 2026.
Palermo busca estabilidade no Fortaleza - Já Palermo ainda está no início de sua trajetória no Fortaleza. Assumiu o time em setembro após a saída de Renato Paiva e tem apenas três jogos no comando: duas vitórias e uma derrota, para o Palmeiras. Nesse período, o ataque cearense marcou quatro gols, mas ainda não encontrou consistência.
Apesar de ser uma das maiores lendas do Boca Juniors, com títulos importantes como duas Libertadores e a Copa Intercontinental de 2000 contra o Real Madrid, Palermo enfrenta o desafio de fazer o Fortaleza reagir na competição e escapar da zona de rebaixamento.
Rivalidade que vem dos tempos de seleção - O reencontro entre Crespo e Palermo é marcado por respeito e rivalidade histórica. Os dois disputaram posição na seleção argentina por anos. “Nos enfrentamos algumas vezes. Ele é um daqueles atacantes que fez história não só na Argentina, mas também na Itália. Um goleador com quem competi por uma vaga na seleção”, lembrou Palermo, em entrevista coletiva.
Agora, o que está em jogo não é uma vaga entre os titulares da Albiceleste, mas a chance de reverter um momento delicado e mostrar que ainda podem ser decisivos — mesmo que fora das quatro linhas.