Redação O Estado de S. Paulo | 02 de outubro de 2025 - 12h45

PF investiga indústrias suspeitas de vender bebidas com metanol em SP

Fiscalizações ocorreram em fábricas de Sorocaba e Grande São Paulo após registros de intoxicação e morte por consumo de álcool adulterado

SEGURANÇA
Agentes da PF durante operação em indústrias de bebidas suspeitas de adulteração com metanol em São Paulo. - Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (2) uma operação de fiscalização em indústrias de bebidas localizadas em Sorocaba e na região metropolitana de São Paulo. As empresas são suspeitas de comercializar produtos adulterados com metanol, substância tóxica que pode causar graves danos à saúde e até a morte.

De acordo com a PF, as amostras coletadas serão encaminhadas para análise técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de laboratórios especializados. O objetivo é verificar a conformidade dos insumos químicos utilizados na fabricação, a presença de componentes proibidos ou em concentrações superiores ao permitido, além de identificar a origem e a extensão das irregularidades.

A ação ocorre após a abertura de um inquérito pela Polícia Federal na última terça-feira (30). A investigação foi determinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, diante de indícios de que bebidas contaminadas possam estar sendo distribuídas para outros Estados.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até a noite de quarta-feira (1º), o Brasil havia registrado 43 casos suspeitos de intoxicação por metanol. A maioria das ocorrências está concentrada em São Paulo, com 39 registros — sendo 10 já confirmados. Em Pernambuco, outros quatro casos estão sob apuração.

Até o momento, uma morte foi confirmada em São Paulo. Outros sete óbitos estão em investigação, sendo cinco no território paulista e dois em Pernambuco. O ministério informou ainda que quatro notificações foram descartadas após análise laboratorial.

O metanol é um solvente altamente tóxico, não autorizado para uso em bebidas. A ingestão pode causar desde náuseas e cegueira até parada cardiorrespiratória. As autoridades recomendam à população que desconfie de bebidas vendidas a preços muito abaixo do mercado e sempre verifique a procedência dos produtos.