Redação | 02 de outubro de 2025 - 08h25

Leucena é removida de Campo Grande para dar espaço a espécies nativas

Espécie invasora sufoca a biodiversidade urbana e agora é alvo de programa de erradicação da prefeitura

AMBIENTE
Equipe de trabalhadores faz a retirada de árvores em área urbana de Campo Grande - (Foto ilustrativa/Jornal A Crítica)

Na manhã desta última quarta-feira (1º), tratores e equipes da prefeitura chegaram à Praça das Águas, em Campo Grande, para retirar árvores de leucena. A cena pode até ter causado estranhamento em quem passava pelo local, mas tinha um motivo claro: a planta, de crescimento rápido e aparência inofensiva, é uma ameaça à biodiversidade urbana.

A leucena (Leucaena leucocephala) ocupa espaço demais, impede a regeneração de outras espécies e até libera toxinas no solo. Na prática, isso significa menos plantas nativas, menos alimento para os animais e menos equilíbrio ambiental. Por isso, desde a sanção da lei municipal nº 7.418, ela passou a integrar a lista de espécies proibidas em Campo Grande.

A operação faz parte de um programa que deve alcançar 12 pontos da cidade, em uma área de mais de 15 hectares. O plano prevê não só a retirada da leucena, mas também o plantio de mudas nativas. A ideia é devolver às praças, parques e margens de córregos a diversidade de árvores que sustentam a fauna local.

A lei ainda vai além: proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da espécie. Quem insistir pode ser multado em R$ 1 mil. Para a prefeitura, o combate é urgente porque a leucena já tomou conta de áreas de preservação permanente e se tornou um entrave à recuperação ambiental.

Campo Grande tem, hoje, 25 árvores consideradas inadequadas para plantio urbano. Entre elas, apenas duas estão totalmente proibidas: a leucena e outra espécie invasora.

No caso da Praça das Águas, a retirada abre espaço para uma nova fase: devolver à cidade o verde que realmente pertence a ela.