A Polícia da Itália localizou nesta quarta-feira, 1º de outubro, Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi detido pelas autoridades italianas e levado a uma delegacia local, onde recebeu medidas cautelares que o impedem de deixar a região onde está hospedado. Embora a detenção tenha sido confirmada, a defesa do ex-assessor afirma que ele não ficará preso.

A ação acontece após um pedido de extradição feito por Moraes, com base na acusação de que Tagliaferro teria vazado informações sigilosas do STF. O episódio que motivou a denúncia ocorreu durante o período eleitoral de 2022, quando Tagliaferro atuava diretamente na equipe do ministro.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, comandada por Paulo Gonet, Tagliaferro foi formalmente denunciado por envolvimento na divulgação indevida de diálogos internos do Supremo. Após o episódio, ele deixou o Brasil e se refugiou na Itália, onde agora responde a medidas legais sob jurisdição do país europeu.

Até o momento, o governo brasileiro aguarda a tramitação do pedido de extradição pelas vias diplomáticas e jurídicas da Itália. Não há previsão de quando, ou se, Tagliaferro será de fato repatriado para responder aos processos no Brasil.

A situação levanta mais um ponto de tensão no cenário jurídico-político brasileiro, especialmente por envolver um nome ligado diretamente ao gabinete de um dos ministros mais atuantes do STF nos últimos anos. A acusação de vazamento de dados reforça os debates sobre segurança da informação e os limites éticos do acesso a dados sensíveis no ambiente institucional.