Projeto aprovado na Câmara limita partidos no STF; Novo e Solidariedade ficam de fora
Com nova regra, só partidos com desempenho mínimo nas urnas poderão entrar com ações no Supremo Tribunal Federal
NACIONALA Câmara dos Deputados deu um passo importante para mudar quem pode recorrer diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta terça-feira (30) um projeto de lei que impede partidos com baixa votação nas eleições de acionarem a Corte.
Se a medida for confirmada, legendas como o Novo e o Solidariedade, que não atingiram o desempenho mínimo exigido pela legislação, perderão o direito de apresentar ações como ADO, ADC e ADPF no STF.
Quem pode e quem fica de fora - Pela proposta, só partidos ou federações que tenham alcançado a chamada cláusula de desempenho poderão apresentar ações de controle de constitucionalidade. Para isso, é necessário ter pelo menos 11 deputados federais eleitos em nove estados ou obter 2% dos votos válidos na eleição para a Câmara, também distribuídos em no mínimo nove estados, com ao menos 1% em cada.
Como o Novo e o Solidariedade elegeram apenas cinco deputados cada e não atingiram o índice de votos exigido em 2022, ambos seriam barrados de acessar o STF se a regra já estivesse em vigor.
Além dessas duas siglas, outras nove legendas que não elegeram deputados federais e seguem registradas no TSE também continuarão sem acesso à Corte: Agir, Democracia Cristã, Mobiliza, PMB, PRTB, PSTU, PCB, PCO e UP.
Quatro partidos não atingem a cláusula sozinhos, mas conseguem acessar o STF por meio das federações partidárias: Cidadania, Rede Sustentabilidade, PV e PCdoB. O Cidadania, por exemplo, tem quatro deputados, mas está federado ao PSDB, que tem 13. A Rede tem um deputado e está junto ao PSOL, que tem 14. Já PV e PCdoB somam menos de 13 parlamentares, mas fazem parte da federação com o PT, que conta com 67 deputados.
O projeto é de autoria do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) e tramita em caráter conclusivo, ou seja, não precisa passar pelo plenário da Câmara, salvo se houver recurso. Depois de aprovado pela CCJ, o texto segue agora para o Senado.