Era 1980 quando a Fiat lançou no Brasil um carro que se tornaria parte da paisagem urbana: o Fiorino 147. Baseado no popular Fiat 147, o pequeno furgão nasceu para atender comerciantes, prestadores de serviço e trabalhadores que precisavam transportar cargas leves com praticidade. O que parecia apenas uma adaptação logo se transformou em um sucesso que atravessa gerações.

Antes dele, a Fiat já havia feito experiências com versões utilitárias do 147, como o Furgão (1977) e a Pickup (1978). Mas foi o Fiorino que ganhou corpo e conquistou espaço, unindo custo baixo de manutenção e boa capacidade de carga. Com versões que iam desde o furgão fechado até modelos para transporte de passageiros, o carro se mostrava versátil e pronto para diferentes usos.

O tempo passou, e o Fiorino acompanhou as mudanças. Em 1988, o modelo baseado no Uno trouxe mais espaço, motor mais eficiente e um design moderno para a época. O baú carregava até 2.700 litros, tornando-se aliado de lojistas e entregadores. Nas décadas seguintes, ele foi se atualizando, mas nunca perdeu a essência: ser confiável, prático e econômico.

A terceira geração, lançada em 2014, deu ao Fiorino mais robustez e potência. Já a versão 2025 mostrou como o furgão continua atual: novo motor 1.3 flex de até 107 cv, direção elétrica, sensores de segurança e economia de combustível 14% maior. Ou seja, um clássico que se reinventou sem abandonar sua função principal.

Os números confirmam o sucesso. O Fiorino é líder no segmento de veículos comerciais leves há 22 anos seguidos. Só em 2025, mais de 13,4 mil unidades foram emplacadas até agosto, garantindo quase 26% de participação no mercado. Além disso, coleciona prêmios de valorização e revenda, prova de que é querido também entre quem compra e revende.

Mais do que um veículo, o Fiorino virou parte do dia a dia das cidades brasileiras. Ele está nas entregas de padarias, nos serviços de manutenção, no transporte de pequenas cargas. É, ao mesmo tempo, um símbolo de resistência e de adaptação, que mostra como a Fiat conseguiu criar um carro simples, mas fundamental.

Afinal, poucos modelos conseguem atravessar quatro décadas sem perder relevância. O Fiorino conseguiu — e, aos 45 anos, continua firme, liderando seu segmento e se mantendo como um dos maiores ícones da indústria automotiva nacional.