Da Redação | 30 de setembro de 2025 - 20h00

Folha de pagamento cresce 14% e prefeitura destaca cumprimento de decisões judiciais

Secretaria de Finanças explica aumento de despesas e reforça equilíbrio entre direitos dos servidores e investimentos públicos

FINANÇAS
Audiência na Câmara de Campo Grande mostrou alta de 14% na folha; prefeitura manteve saúde e educação acima do mínimo. - (Foto: Izaias Medeiros)

Na tarde desta terça-feira (30 de setembro), a Câmara Municipal de Campo Grande recebeu a audiência pública de prestação de contas do segundo quadrimestre de 2025. O relatório mostrou que a folha de pagamento da prefeitura alcançou R$ 1,15 bilhão, crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2024.

De acordo com a secretária de Finanças, Márcia Hokama, a elevação está ligada ao cumprimento de pisos nacionais, reajustes definidos judicialmente e promoções funcionais previstas em lei. A explicação reforça que o impacto não decorre de novas medidas discricionárias, mas de compromissos legais que a administração tem obrigação de honrar.

Entre os destaques, o magistério recebeu aumentos de até 10% em 2024, a Guarda Municipal avançou em progressões de 20% e os agentes de saúde tiveram reajuste com base no piso nacional. Cada aumento concedido aos ativos também se refletiu nos aposentados, ampliando o impacto sobre a folha.

Apesar da pressão dos gastos com pessoal, a prefeitura manteve investimentos em áreas essenciais. Em saúde, aplicou 27,05% da receita, quase o dobro do mínimo constitucional de 15%. Em educação, o índice foi de 21,94%, próximo ao limite exigido.

Outro tema debatido foi a venda de terrenos. A secretária destacou que a medida, autorizada pela Câmara, busca transformar áreas ociosas em recursos para obras e melhorias urbanas. Até o momento, poucas alienações foram efetivadas, mas a estratégia é considerada uma alternativa para reforçar o caixa municipal.

Na arrecadação, houve crescimento de 49% no ICMS em comparação a 2024, compensando quedas em receitas patrimoniais e de serviços. Segundo Márcia, essa dinâmica reforça a necessidade de ajustes constantes na gestão fiscal, com responsabilidade e transparência.

O relatório ainda apontou que parte dos recursos foi usada para quitar dívidas de exercícios anteriores, herança de gestões passadas. Para a secretária, isso mostra o esforço da atual administração em manter as contas em dia e preservar a credibilidade financeira do município.

A audiência terminou com divergências entre vereadores e o Executivo sobre prioridades, mas os números apresentados indicaram que a prefeitura busca equilíbrio entre respeitar direitos dos servidores e manter investimentos em saúde, educação e infraestrutura.