Plano de paz de Trump suspende decisão da Uefa sobre exclusão de Israel
Proposta americana para Gaza faz entidade adiar votação sobre banimento de Israel de competições esportivas
FUTEBOL E POLÍTICAO plano de paz anunciado por Donald Trump na última segunda-feira para encerrar a guerra na Faixa de Gaza levou a Uefa a adiar a decisão sobre a exclusão de Israel de suas competições. Segundo o The Times, a entidade entendeu que este não era o momento adequado para deliberar, considerando a nova iniciativa americana.
Divulgada na Casa Branca após reunião de Trump com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, a proposta reúne 20 pontos, incluindo cessar-fogo permanente, libertação de reféns, criação de um governo transitório sob supervisão internacional, exclusão do Hamas da administração palestina e compromisso de Israel de não anexar Gaza.
O plano recebeu apoio de oito países árabes — Catar, Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Indonésia e Turquia — que o classificaram como um esforço sincero para encerrar o conflito e abrir caminho para a paz.
Antes da iniciativa, a Uefa vinha sob forte pressão internacional para banir Israel, seguindo o exemplo da Rússia, excluída após a invasão da Ucrânia. Especialistas da ONU e federações de países como Turquia e Noruega pediam ação imediata, citando graves violações de direitos humanos. Lise Klaveness, presidente da federação norueguesa, afirmou que a exclusão seria coerente com a postura adotada contra a Rússia e anunciou que a renda do jogo entre Noruega e Israel, em 11 de outubro, será destinada à ajuda humanitária em Gaza, embora a partida possa ser cancelada.
Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez defende boicote semelhante, com o Congresso avaliando a possibilidade de não enviar a seleção à Copa do Mundo de 2026 caso Israel se classifique. Os protestos pró-palestina durante a Volta a Espanha, em agosto, reforçaram a pressão contra a presença de equipes ligadas a Israel.
Além de federações, um grupo de 50 atletas de diversas modalidades enviou carta à Uefa pedindo suspensão de Israel, coordenada pela Nujum Sports e divulgada pela Athletes 4 Peace, condenando a neutralidade diante do conflito. Por outro lado, os Estados Unidos, um dos três países-sede do Mundial, reforçaram a oposição a qualquer sanção, prometendo atuar para impedir a exclusão da seleção israelense.