Associated Press | 30 de setembro de 2025 - 18h45

Fundadora da Frank é condenada a mais de 7 anos de prisão por fraude contra o JPMorgan

Charlie Javice inflou número de usuários de sua startup para vender empresa por US$ 175 milhões; juiz criticou falhas do banco, mas destacou que punição é pela conduta da empreendedora

FRAUDE
Charlie Javice, fundadora da startup Frank, após audiência de sentença em um tribunal federal em Manhattan, Nova York, em 29 de setembro. - (Foto: Timothy A. Clary/AFP)

Charlie Javice, fundadora da startup Frank, foi condenada nesta segunda-feira (29) a mais de sete anos de prisão por fraudar o JPMorgan Chase na venda de sua empresa. A empreendedora de 33 anos inflou artificialmente a base de clientes da plataforma, que prometia simplificar pedidos de ajuda financeira estudantil nos EUA, para fechar a negociação de US$ 175 milhões (cerca de R$ 930 milhões) em 2021.

Segundo a Justiça americana, Javice apresentou dados falsos que indicavam mais de 4 milhões de usuários cadastrados, quando, na realidade, eram menos de 300 mil. O esquema garantiu à fundadora a possibilidade de embolsar até US$ 29 milhões com a venda.

Durante a audiência, Javice afirmou estar "assombrada" pelo erro e disse que viverá para sempre com o arrependimento. Seu advogado, Ronald Sullivan, alegou que o JPMorgan também falhou ao não realizar a devida diligência, descrevendo a negociação como “uma jovem de 28 anos contra 300 banqueiros do maior banco do mundo”.

O juiz Alvin K. Hellerstein rejeitou a tese de leniência e afirmou que a sentença se baseia na conduta da empreendedora, não na “estupidez” do banco. Já os promotores classificaram a Frank como uma “cena de crime” adquirida pelo JPMorgan.

O caso de Javice tem sido comparado ao de Elizabeth Holmes, da Theranos. A própria executiva chegou a ironizar, em mensagens privadas, a pena de mais de 11 anos aplicada a Holmes. Para a acusação, a comparação reforça uma “tendência alarmante” de jovens fundadores que recorrem a fraudes para atrair investidores.

Formada em Wharton, uma das escolas de negócios mais prestigiadas dos EUA, Javice ganhou destaque na mídia e chegou à lista “30 Under 30” da Forbes antes da venda da Frank. A plataforma funcionava de forma semelhante a softwares de declaração de impostos, ajudando estudantes a preencher o complexo formulário de auxílio federal (FAFSA).

Mesmo após a condenação por conspiração, fraude bancária e fraude eletrônica, Javice poderá recorrer em liberdade mediante fiança de US$ 2 milhões.

Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado