Redação O Estado de S. Paulo* | 30 de setembro de 2025 - 19h00

Secretário de Defesa dos EUA promete endurecer padrões físicos e atacar "cultura woke" no Exército

Pete Hegseth, ao lado de Trump, critica generais "gordos", rejeita política de identidade e anuncia revisão nas regras disciplinares

EUA
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, discursa para oficiais militares em uma base militar na Virgínia. - (Foto: Andrew Harnik/AFP)

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta terça-feira (30) que irá endurecer os padrões de aptidão física e de asseio nas Forças Armadas para combater o que chamou de “cultura woke”. Em discurso a centenas de oficiais militares na base do Corpo de Fuzileiros Navais em Quantico, na Virgínia, Hegseth também criticou generais “gordos” e disse que apenas líderes em boa forma física terão espaço no Exército americano.

A reunião, convocada por Hegseth e pelo presidente Donald Trump, não teve seu propósito divulgado previamente. O foco do discurso foi em questões identitárias e de gênero, tema que o secretário colocou como prioridade na agenda do Pentágono. Ele afirmou que líderes militares insatisfeitos com sua abordagem deveriam “fazer a coisa honrosa e renunciar”.

Críticas ao politicamente correto

Hegseth disse que muitos oficiais foram promovidos por critérios de raça e gênero, e não por histórico de desempenho. “A era da liderança politicamente correta, excessivamente sensível, que não magoa os sentimentos de ninguém, acaba agora em todos os níveis”, declarou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprimenta o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, em uma base militar na Virginia.- (Foto: Andrew Harnik/ AP)

Trump reforçou a mensagem, afirmando que o objetivo das Forças Armadas “não é proteger sentimentos, mas defender a república”.

O secretário anunciou ainda que flexibilizará regras disciplinares e reduzirá proteções contra trotes e bullying, práticas que, segundo ele, não devem ser consideradas impeditivas para a carreira de um militar. “As pessoas cometem erros honestos, e nossos erros não deveriam definir uma carreira inteira”, disse.

A decisão contraria preocupações de especialistas e relatórios internos que relacionam assédio moral e liderança tóxica a suicídios de soldados nos últimos anos.

Exclusão de transgêneros e novos critérios de mérito

Outro ponto destacado por Hegseth foi a crítica aos soldados transgênero e a defesa da restauração do mérito como critério principal para promoções. Ele afirmou que, para funções que exigem força física em combate, os padrões devem ser “altos e neutros em relação ao gênero”.

“Se mulheres conseguirem, excelente. Se não, é o que é. Se isso significa que nenhuma mulher é qualificada para alguns trabalhos de combate, que assim seja”, disse o secretário.

A fala reforça a guinada ideológica do Pentágono sob sua gestão, priorizando debates sobre identidade e comportamento dentro do Exército em um momento de desafios globais de segurança.

*Com informações da Associated Press.