Operação policial contra tráfico bloqueia R$ 4 milhões e cumpre mandados em MS
Ação deflagrada nesta terça-feira investiga crimes de tráfico, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica; modelo extraditada é apontada como braço financeiro do grupo
CAPITAL E INTERIORUma megaoperação da Polícia Civil de Goiás contra o tráfico de drogas e crimes financeiros foi deflagrada nesta terça-feira (30) em quatro estados. Batizada de Fluxo Oculto, a ação cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 23 de busca e apreensão em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. A Justiça também bloqueou mais de R$ 4 milhões em bens e valores ligados aos investigados.
Em Mato Grosso do Sul, equipes do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) deram apoio às diligências em Campo Grande, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos bairros Itamaracá, Moreninhas e Coophatrabalho. Houve ainda ações em Cassilândia e Chapadão do Sul. Segundo a polícia, alguns alvos já haviam fugido horas antes da chegada das equipes.
Modelo extraditada é apontada como braço financeiro - Entre os principais alvos está uma modelo extraditada de Portugal em setembro. Ela é suspeita de movimentar cerca de R$ 30 milhões para a facção conhecida como “Amigos do Estado” (ADE). Nas redes sociais, a suspeita exibia uma rotina de viagens e luxo enquanto estava foragida há seis meses. Ela já era investigada em outra operação, chamada Portokali, e tinha mandado de prisão aberto desde 2024.
Além do tráfico de drogas, os crimes apurados incluem associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e furto qualificado por fraude eletrônica. De acordo com o delegado Haroldo Padovani, o grupo buscava drogas no Paraguai para abastecer cidades goianas e usava um esquema financeiro sofisticado para lavar os lucros ilegais.
As investigações começaram em Goiás, a partir de interceptações telefônicas e quebras bancárias contra um pequeno varejista de drogas em Mineiros. A apuração revelou uma rede maior, que conectava fornecedores a intermediários em Campo Grande e Goiânia.
A Polícia Civil de Goiás afirmou que novas fases da Fluxo Oculto podem ocorrer para desarticular completamente a organização criminosa.