A situação das famílias que cuidam de pessoas com deficiência foi pauta da sessão desta terça-feira (30) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Deputados defenderam mais investimentos em educação inclusiva e melhores condições de trabalho para os profissionais da área.

O deputado Pedro Kemp (PT), que já atuou como psicólogo na educação especial, relembrou que no passado existiam equipes itinerantes para apoiar professores no atendimento a crianças com deficiência. Segundo ele, esse suporte foi reduzido, mesmo com o aumento de diagnósticos de autismo.

“Sem suporte, a educação inclusiva fica apenas no discurso. Os titulares sozinhos não conseguem atender a todos. O atendimento especializado é fundamental para evitar a exclusão dessas crianças”, afirmou.

Outro ponto abordado foi a valorização dos professores. O deputado Pedrossian Neto (PSD) criticou a retirada da gratificação para docentes com pós-graduação em Campo Grande.

“O profissional que investiu em mestrado ou doutorado precisa ser valorizado. Cortar esse adicional é punir quem buscou se preparar para oferecer o melhor. Isso contribui para a precarização do sistema e atinge milhares de alunos”, disse.

Já o professor e deputado Rinaldo Modesto (Podemos) destacou que o aumento dos casos de autismo gera uma demanda crescente por atendimento especializado. Ele citou estimativas científicas que apontam que uma em cada 31 crianças nasce com o transtorno.

“Temos conquistas, como a criação do Centro de Formação Marilene Bitar, voltado para capacitar profissionais. Mas é natural que os investimentos precisem crescer, porque a procura é cada vez maior”, ressaltou.