Gonçalo Junior e Ítalo Lo Re | 30 de setembro de 2025 - 07h15

Ação apreende 117 garrafas de bebidas suspeitas de conter metanol em São Paulo

Fiscalizações em bares e adegas da capital paulista apuram ligação com mortes e casos de intoxicação

SÃO PAULO
Força-tarefa fiscalizou comércios suspeitos de vender bebidas adulteradas. - Foto: Governo SP/Divulgação

A Polícia Civil apreendeu, nesta segunda-feira (29), 117 garrafas de bebidas alcoólicas sem rótulo e sem comprovação de origem, durante fiscalizações em três estabelecimentos localizados nos bairros Jardins e Mooca, em São Paulo. A ação integra as investigações sobre casos recentes de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica usada na indústria química.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o material será periciado no Instituto de Criminalística. Os resultados devem ajudar a esclarecer a relação entre as bebidas adulteradas e as ocorrências de intoxicação registradas no Estado.

Neste mês, ao menos três pessoas morreram em São Paulo com suspeita de intoxicação pelo consumo de bebidas adulteradas. As vítimas estavam na capital e em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

O caso mais recente é de um homem de 45 anos, que morreu no domingo (28) após ser atendido na rede particular. Outro morador de São Bernardo, de 58 anos, também não resistiu. Ambos os casos estão sob análise do Instituto Médico Legal (IML).

O metanol, quando ingerido, é convertido em compostos tóxicos que podem causar cegueira, falência de órgãos, convulsões e até a morte.

Estabelecimentos investigados

Um dos locais fiscalizados fica na Alameda Lorena, nos Jardins, onde uma das vítimas relatou ter consumido bebida antes de apresentar perda de visão. A mulher segue internada.

Na tarde desta segunda-feira, o restaurante estava praticamente vazio, e funcionários afirmaram que apenas o gerente poderia comentar o caso. Até o momento, o espaço não se pronunciou oficialmente.

Além dos bares, a polícia investiga uma adega em Cidade Dutra, zona sul da capital, onde um grupo de amigos teria comprado um gim suspeito de estar misturado com metanol.

Entre eles, está Diogo Marques de Sousa, de 23 anos, que ficou três dias internado no Hospital do Grajaú após consumir a bebida. Ele chegou a perder temporariamente a visão, mas se recuperou. No mesmo grupo, um jovem de 27 anos segue internado em coma no Hospital São Luiz, em Osasco, desde 1º de setembro.

O caso foi registrado como falsificação, adulteração ou alteração de produto destinado a fins medicinais ou terapêuticos.

As investigações estão a cargo da Divisão de Infrações contra a Saúde Pública do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), em conjunto com a Vigilância Sanitária estadual e municipal.