Ibovespa fecha em alta e se aproxima de nova máxima histórica com otimismo externo
Investidores acompanham expectativa de cortes de juros nos EUA, dados do payroll e fluxo estrangeiro, enquanto Petrobras recua
IBOVESPAO Ibovespa iniciou a semana em alta e renovou recorde intradia ao atingir 147.558,22 pontos na manhã desta segunda-feira (29). No fechamento, o índice da B3 avançou 0,61%, a 146.336,80 pontos, próximo de estabelecer uma nova marca histórica para encerramento, ainda sem superar o pico da última quarta-feira, de 146.491,75 pontos.
O movimento positivo acompanha a expectativa de investidores em relação a uma possível conversa entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva sobre tarifas dos EUA ao Brasil, além da divulgação do payroll norte-americano, prevista para sexta-feira.
No acumulado do mês, o Ibovespa registra alta de 3,48%, após avanço de 6,28% em agosto, o melhor desempenho mensal desde o ano passado. No ano, o índice soma ganhos de 21,66%, com giro financeiro nesta segunda-feira de R$ 18,1 bilhões.
Entre os destaques do pregão, o petróleo recuou mais de 3% em Nova York e Londres, impactando negativamente ações da Petrobras (ON -1,89%, PN -1,36%), enquanto Vale ON subiu 0,33%. Entre os principais bancos, Bradesco ON avançou 1,26% e PN 1,02%. Os maiores ganhos do Ibovespa ficaram com Eletrobras PNB (+4,30%) e CSN Mineração (+3,95%), e as perdas foram lideradas por Braskem (-5,13%), Magazine Luiza (-5,09%) e Vamos (-2,99%).
Para analistas, o cenário favorece a percepção de corte na Selic no próximo ano. Segundo Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, revisões para baixo nas projeções do IPCA 2025 e 2026 reforçam a expectativa de redução da taxa básica de juros pelo Banco Central. Dados de geração de empregos formais abaixo do esperado, divulgados pelo Caged, também sustentam essa perspectiva.
O estrategista de ações da XP, Raphael Figueredo, atribui a alta do Ibovespa ao movimento de ‘risk on’ e à combinação de ajuste de câmbio e carry trade, beneficiando ativos cíclicos locais. O dólar, em queda de 0,30% a R$ 5,32, contribuiu para o otimismo.
O analista da Empiricus, Matheus Spiess, ressalta que os números do payroll americano serão determinantes para o comportamento das últimas reuniões de política monetária do Federal Reserve em 2025, influenciando diretamente os fluxos de capitais para mercados emergentes, como o brasileiro.