André Marinho | 28 de setembro de 2025 - 17h30

Secretário de Comércio dos EUA diz que Brasil "precisa ser consertado" em relação comercial

Declaração ocorre após encontro entre Lula e Trump na ONU; diplomacia brasileira avalia resposta

TENSÃO COMERCIAL
Howard Lutnick: "Brasil precisa reagir corretamente aos EUA" em entrevistas recentes - Foto: EFE/EPA/Samuel Corum / POOL

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou em entrevista à emissora NewsNation no sábado (27) que o Brasil é um dos países que “precisam ser consertados” para que o relacionamento comercial com os EUA se torne mais favorável. Ele também citou Suíça, Índia e Taiwan como nações das quais Washington espera concessões. 

“Esses são países que precisam reagir corretamente aos EUA, abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudicam os EUA”, disse Lutnick. 

O comentário aparece poucos dias após uma breve interação entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente americano, Donald Trump, durante a Assembleia Geral da ONU. Trump afirmou ter tido “excelente química” com Lula e disse que ambos concordaram em se encontrar esta semana. Correio do Povo+1 A diplomacia brasileira já negocia os moldes dessa reunião. 

Em meio a esse clima, o vicepresidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, revelou que conversou com Lutnick sobre o chamado “tarifaço” de importações à brasileira. A conversa, realizada no sábado (19), durou cerca de 50 minutos e discutiu as implicações para o comércio bilateral. O Liberal+1 Alckmin afirmou que o Brasil defende negociações técnicas, sem contaminação política ou ideológica. 

Recentemente, Lutnick também declarou que as tarifas americanas entrarão em vigor em 1º de agosto, “sem prorrogações”, embora países ainda possam buscar negociação após a data. O Tempo+1 Ele afirmou acreditar que a Suprema Corte dos EUA dará respaldo ao governo em disputas judiciais sobre políticas tarifárias. 

Implicações e tensões diplomáticas

As falas do secretário expõem uma postura agressiva e pressionam o Brasil a ceder em negociações comerciais. A menção direta ao país como um que “precisa ser consertado” tem potencial de provocar reações diplomáticas, sobretudo em um contexto onde tarifas já foram ameaçadas sobre produtos brasileiros.

Para o governo brasileiro, será importante calibrar a resposta para equilibrar proteção aos setores internos e manter canais de diálogo abertos com Washington.