28 de setembro de 2025 - 15h30

Grávidas devem evitar trajetos longos e redobrar atenção ao volante, alerta Abramet

Associação orienta sobre riscos durante a gestação e o puerpério e recomenda cuidados na condução de veículos

SAÚDE NO TRÂNSITO
Abramet recomenda que grávidas posicionem o cinto de forma correta e evitem trajetos longos ao volante - Foto: IFRALDAS

Sintomas comuns da gestação como náuseas, vertigens, sonolência e cansaço podem interferir diretamente na capacidade de concentração e nos reflexos necessários para conduzir um veículo com segurança. O alerta foi feito pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador (BA).

A médica obstetra Lilian Kondo, que integra a comissão científica da Abramet, chamou a atenção para os riscos associados à direção por gestantes, especialmente em trajetos longos ou durante fases mais avançadas da gravidez, quando os desconfortos físicos tendem a aumentar.

"A gravidez e o puerpério exigem maior atenção da mulher ao assumir o volante. A condição física e emocional deve ser avaliada, além de cuidados práticos com o conforto e a segurança", reforçou a médica.

Principais orientações para gestantes ao volante

A Abramet divulgou uma série de recomendações para motoristas grávidas, com o objetivo de preservar a saúde da mãe e do bebê e evitar acidentes provocados por mal-estar ou perda momentânea de atenção. Entre as orientações estão:

Evitar trajetos longos e, se possível, reduzir a frequência de deslocamentos sozinha;

Parar imediatamente o veículo em caso de tontura, enjoo, câimbras ou qualquer tipo de mal-estar;

Planejar pausas regulares para se alongar e caminhar durante viagens mais longas;

Utilizar meias de compressão, especialmente em deslocamentos com duração superior a quatro horas;

Redobrar a atenção com o uso do cinto de segurança, posicionando a faixa subabdominal o mais baixo possível, nunca sobre a barriga, e a faixa diagonal passando lateralmente ao útero.

Além disso, a médica recomenda afastar o banco do volante o máximo que for confortável, sem comprometer a dirigibilidade.

Pós-parto também exige cuidados

No caso das puérperas, ou seja, mulheres no período pós-parto, não há um prazo único e definido para retomar a condução de veículos. A recomendação varia de acordo com a legislação de cada país, mas, em geral, orienta-se aguardar de duas a seis semanas.

“A condição essencial é que a mulher esteja fisicamente e emocionalmente apta, além de não fazer uso de medicamentos que prejudiquem a condução”, destaca Lilian Kondo.

A médica ressalta que esse período exige atenção especial à recuperação do corpo e à saúde mental, fatores que também influenciam diretamente na segurança no trânsito.

Mobilidade segura para todas as fases da vida

O debate promovido pela Abramet no congresso em Salvador busca ampliar a discussão sobre a segurança viária com recorte de gênero e saúde, valorizando a adaptação de práticas e políticas públicas às diferentes fases da vida da mulher.

Com o aumento da presença feminina nas ruas e rodovias, iniciativas que orientem e informem sobre riscos específicos da gravidez ao volante tornam-se fundamentais para a construção de um trânsito mais seguro e consciente.