28 de setembro de 2025 - 09h00

Brasileiros adotam hábitos mais saudáveis para o coração, mas ainda têm dúvidas sobre infarto

Pesquisa mostra que maioria mudou rotina em busca de prevenção, mas desconhecimento sobre sinais em mulheres ainda preocupa especialistas

SAÚDE
Seis em cada dez entrevistados mudaram hábitos para viver melhor. - (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Cuidar da saúde do coração está cada vez mais presente na rotina dos brasileiros. Um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos, a pedido da farmacêutica Novartis, ouviu 2 mil pessoas em todas as regiões do país e revelou que 64% dos entrevistados passaram a adotar hábitos mais saudáveis para prevenir doenças cardiovasculares.

De acordo com a pesquisa, realizada entre 25 de agosto e 2 de setembro, 76% dos participantes reconhecem que é possível evitar um infarto e 72% afirmaram conhecer alguém que já passou por esse problema.

Entre os que mudaram a rotina, 70% começaram a se alimentar melhor, 64% incluíram exercícios físicos no dia a dia e 45% buscaram atividades para reduzir o estresse.

Para a cardiologista Maria Cristina Izar, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), os resultados mostram um avanço. "As pessoas estão mais bem informadas e dispostas a preservar a saúde. Isso é fundamental, já que vivemos mais e a prevenção é o caminho para um envelhecimento saudável", afirmou.

Apesar dos números positivos, o levantamento também expôs lacunas no conhecimento da população. Embora 82% saibam que o infarto pode ocorrer em qualquer idade, mais da metade (51%) não tinha consciência de que os sintomas são diferentes em homens e mulheres.

Segundo Izar, essa falta de informação pode atrasar diagnósticos. "Nas mulheres, os sinais muitas vezes não são a dor no peito, mas cansaço extremo, náusea, dor nas costas, no pescoço ou falta de ar. Por parecerem sintomas de estresse ou ansiedade, o tratamento pode ser adiado", alerta.

O estudo também revelou maior atenção com exames de prevenção. Entre os entrevistados, 82% sabem que o colesterol ruim (LDL) pode surgir em qualquer idade e 55% reconhecem que níveis elevados aumentam o risco de infarto. Além disso, oito em cada dez já fizeram exame de sangue para medir o colesterol.

Entre os que realizam o teste, 77% costumam levar os resultados a um médico, em sua maioria clínicos gerais ou cardiologistas. Mas 18% admitem nem sempre apresentar o laudo a um profissional. Para Izar, essa prática é arriscada:
"Após o exame, é essencial que o médico avalie os resultados corretamente e indique o tratamento adequado", reforça.