Redação | 28 de setembro de 2025 - 08h10

Influencer Gabriel Spalone é preso na Argentina acusado de fraudes milionárias com Pix

Empresário estava na lista da Interpol e é investigado na Operação Dubai, que apura desvio de R$ 146 milhões no Brasil

BRASIL
Gabriel Spalone tem 29 anos e é empresário e influenciador digital. - (Foto: Reprodução/Rede Social)

A Polícia Federal prendeu na noite de sábado (27), no aeroporto de Buenos Aires, o influenciador e empresário Gabriel Spalone. Ele é investigado por participação em um esquema que teria desviado R$ 146 milhões por meio de fraudes no sistema Pix. O nome de Spalone chegou a ser incluído na Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo que compartilha informações de foragidos com polícias de diversos países.

Segundo a PF, a prisão ocorreu logo após o desembarque de um voo vindo do Panamá. A ação contou com apoio da Polícia Civil de São Paulo e de autoridades da Argentina, Panamá, Paraguai e Estados Unidos. Spalone permanecerá detido em território argentino até o processo de extradição para o Brasil.

Defesa contesta prisão

O advogado Eduardo Maurício, responsável pela defesa do empresário, afirmou em nota que já apresentou provas da inocência de seu cliente e pediu a revogação da prisão. Ele informou que pretende recorrer também à Interpol, em Lyon (França), para tentar excluir o nome do influenciador da lista internacional, além de ingressar com denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Maurício destacou que, caso seja necessário, entrará com habeas corpus no Brasil. “Nosso objetivo é garantir que Gabriel responda ao processo em liberdade”, afirmou.

Operação Dubai

Spalone é dono da Dubai Cash e da Next Trading Dubai, fintechs voltadas a operações de pagamentos e investimentos. As empresas divulgam nas redes sociais movimentações bilionárias via Pix e presença em diversos países.

As investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam que o grupo utilizou contas ligadas à Dubai Cash para receber valores desviados de um banco em fevereiro deste ano, aproveitando-se da credencial de uma prestadora de serviços. O dinheiro era transferido por meio de operações via Pix.

Batizada de Operação Dubai, a ofensiva policial foi conduzida pela 1ª Delegacia da Divisão de Crimes Cibernéticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O nome faz referência às empresas ligadas a Spalone e à cidade dos Emirados Árabes, onde ele também mantém residência.

Na terça-feira (23), a Polícia Civil havia tentado prender o empresário em São Paulo, mas não o encontrou. Outros dois suspeitos foram detidos na mesma ação.