A diretora de Transportes, Rodovias, Ferrovias, Portos e Aeroportos da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS), Caroline Farias Tomanquevez, destacou em entrevista ao podcast A Crítica Visita os avanços e desafios do setor no estado. Segundo ela, o Mato Grosso do Sul vive um momento de expansão econômica que exige infraestrutura moderna e eficiente para acompanhar o ritmo de crescimento.

“Temos hoje um foco muito grande nas rodovias concedidas. Atualmente, são dois contratos em vigor, da MS-306 e do conjunto da MS-112, e aguardamos a assinatura da rota da celulose. O objetivo é garantir uma infraestrutura melhor para o estado e para que esse desenvolvimento traga resultados concretos”, afirmou.

Caroline ressaltou que a MS-306, primeiro contrato de concessão do estado, completou cinco anos e já apresenta resultados expressivos. “A rodovia foi praticamente toda refeita, com acostamentos implementados, manutenção em dia e redução de buracos. Além disso, temos 100% de cobertura de internet 4G ao longo da via”, destacou.

A diretora explicou que cabe à AGEMS fiscalizar os contratos de concessão, que têm duração de 30 anos. “Nosso papel é garantir que todas as obrigações sejam cumpridas. No caso da MS-306, houve até um aditivo para construção do contorno de Chapadão do Sul, atendendo uma demanda da população para retirar o tráfego pesado do centro da cidade.”

Questionada sobre contratos de concessão que apresentaram falhas, como o da BR-163, Caroline foi enfática: “Não temos competência sobre esse caso específico, que é da NTT, mas usamos como exemplo do que não pode acontecer. Por isso, nossas fiscalizações são mensais, para garantir que descumprimentos não se prolonguem.”

Transporte intermunicipal passa por modernização - Além das rodovias, a diretora destacou mudanças profundas no transporte intermunicipal. A AGEMS elabora um plano diretor que vai nortear o setor com base em dados de frota, custos, quilometragem e demandas dos usuários.

“Estamos vivendo uma queda significativa no número de passageiros, o que preocupa, já que as empresas são remuneradas pelos bilhetes. Isso se soma ao aumento do transporte clandestino, especialmente após a pandemia, quando muitos passaram a oferecer o serviço sem autorização”, explicou.

Para enfrentar o problema, a AGEMS lançou o aplicativo MSTrip, que permite ao usuário verificar empresas legalizadas, horários e valores de tarifas. Outra medida foi a criação do Centro de Integração Técnica e Inteligência (CIT), que monitora via GPS os veículos regulares. “Assim, sabemos onde cada veículo está, se está cumprindo o itinerário e os horários previstos”, destacou Caroline.

Caroline considera o transporte intermunicipal de Mato Grosso do Sul um modelo para outras regiões. “Somos procurados por outras agências que querem saber o que temos feito. O combate ao transporte clandestino é um desafio, porque as penalidades ainda não têm a eficácia que gostaríamos, mas ampliamos as parcerias com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Detran e a NTT. O objetivo é endurecer as punições e reduzir a prática.”

Segundo ela, os acordos de cooperação técnica reforçam o trabalho da agência. “Queremos transformar as penalidades em medidas mais pesadas e eficazes, para que os clandestinos não voltem a atuar”, completou. Confira a entrevista na íntegra: