Humorista Cristiano Pereira é condenado a 18 anos por estupro de vulnerável
Integrante de 'A Praça é Nossa', do SBT, teve pena definida pelo TJRS em segunda instância; defesa contesta decisão e promete recorrer
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O humorista Cristiano Pereira, conhecido por sua participação no programa A Praça é Nossa, do SBT, foi condenado a 18 anos, 4 meses e 15 dias de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão foi tomada pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e confirmada nesta sexta-feira (26) pela advogada da mãe da vítima, Aline Rübenich.
A condenação ocorreu após recurso do Ministério Público, que questionou a absolvição do artista em primeira instância. Segundo a advogada, o caso é emblemático por tratar-se de violência sexual contra criança e adolescente. “A decisão unânime escancara a gravidade de um caso emblemático de violência sexual já julgado no Estado e marca uma resposta contundente da Justiça contra crimes cometidos contra crianças e adolescentes”, afirmou Aline.
Ela também disse que o humorista tentou imputar crime de alienação parental à mãe da vítima, em uma tentativa de intimidação.
A defesa do humorista contesta a decisão e promete recorrer. O advogado Edson Cunha afirma que Cristiano havia sido absolvido em primeira instância por falta de provas e que a condenação em segunda instância “contrariou provas periciais”.
“Todos os laudos periciais oficiais confirmaram a inexistência do fato. O delegado responsável, inclusive, não indiciou e foi testemunha de defesa”, disse Cunha em nota.
Natural de Novo Hamburgo (RS), Cristiano Pereira tem mais de 30 anos de carreira como ator, humorista e radialista. Ficou conhecido por personagens como Jorge da Borracharia, Claudiovaldo Nogueira e Gaudêncio, apresentados tanto no teatro quanto na TV.
O artista integra o elenco fixo de A Praça é Nossa e mantém presença ativa nas redes sociais, onde soma mais de 1 milhão de seguidores no Instagram. Atualmente, realiza turnê nacional em comemoração às três décadas de carreira.
Procurado, o SBT afirmou ao Estadão que não foi notificado oficialmente sobre a condenação. Já o TJRS informou que o processo corre em segredo de justiça.