Cinco anos após escapar com vida de um dos acidentes mais impressionantes da história da Fórmula 1, o francês Romain Grosjean voltou a pilotar um carro da categoria nesta sexta-feira (26), em um momento carregado de emoção e simbolismo. Ele participou de uma sessão de testes no circuito de Mugello, na Itália, a convite da equipe Haas, como parte do Teste de Carro Anterior (TPC).

Foi sua primeira vez ao volante de um carro de Fórmula 1 desde o Grande Prêmio do Bahrein de 2020, quando sofreu um grave acidente logo na primeira volta. Na ocasião, seu carro explodiu após bater na barreira de proteção e ficou envolto em chamas. Grosjean sofreu queimaduras nas mãos e abandonou definitivamente a F1, sem conseguir fazer a corrida de despedida.

Nesta sexta, sob pista molhada, o piloto retornou ao cockpit com um capacete especial desenhado por seus filhos — o mesmo que ele pretendia usar no GP de Abu Dabi, que acabou não disputando. Ao fim da sessão, recebeu uma ovação de pé não apenas da Haas, mas também de membros da Ferrari, Red Bull e da Pirelli, presentes nos testes.

Visivelmente emocionado, Grosjean relatou a experiência com gratidão: “Eles me fizeram chorar. No final, mantive a viseira abaixada, mas todos estavam lá — Ferrari, Red Bull, Pirelli e, claro, a MoneyGram Haas F1 Team — me aplaudindo na última volta. Foi algo que esperei viver em Abu Dabi 2020, mas acho que hoje foi ainda melhor.”

O francês destacou ainda a sensação de voltar à pista e reencontrar antigos colegas da equipe, alguns desde os tempos de estreia da Haas na Fórmula 1, em 2016. “No começo, me senti um pouco enferrujado, mas depois tudo voltou. Até consegui fazer uma largada parada. A última havia sido no Bahrein em 2020. Desta vez, foi muito melhor.”

A Haas escolheu Grosjean para o teste como forma de homenageá-lo pelo legado na equipe e pela superação. O chassi utilizado foi o da temporada de 2023, e a sessão foi acompanhada por engenheiros e técnicos que fizeram parte da carreira do francês na F1.

O chefe de equipe Ayao Komatsu e o proprietário Gene Haas foram citados por Grosjean como os responsáveis por viabilizar o retorno. “Foi um dia chuvoso, mas como dizemos em casamentos: ‘casamento chuvoso, casamento feliz’. Então foi um dia feliz.”

Desde sua saída da Fórmula 1, Grosjean passou a competir na IndyCar, nos Estados Unidos, onde também conquistou vitórias e reconquistou espaço entre os grandes nomes do automobilismo.