Estudo eficiente: 13 estratégias para melhorar a concentração e memorizar mais no vestibular
Neuropsicóloga aponta que a produtividade nos estudos está menos nas horas e mais na forma como se estuda
EDUCAÇÃOEstudar por mais tempo nem sempre significa aprender mais. Essa é uma das principais mensagens da neuropsicóloga Maria Maia, que defende que uma rotina de estudos eficiente depende menos de esforço contínuo e mais de estratégias bem aplicadas. Com base no funcionamento do cérebro, especialistas listam 13 técnicas que ajudam estudantes — especialmente vestibulandos — a melhorar o foco, aumentar a retenção de conteúdo e lidar com o estresse durante a preparação.
“A produtividade que os estudantes buscam não está em mais horas de dedicação, mas sim nos momentos de descanso e nas técnicas que são negligenciadas”, afirma Maia.
Da organização do ambiente à forma correta de usar a inteligência artificial, as dicas vão além dos métodos tradicionais e trazem embasamento científico para transformar o tempo de estudo em aprendizado real. Veja a seguir:
1. Ambiente de estudos sinaliza foco ao cérebro
Criar um espaço físico que o cérebro associe ao momento de estudar é essencial. Aromas, sons ou iluminação específicas podem funcionar como gatilhos de concentração. Além disso, é importante eliminar distrações como notificações no celular.
2. Horários fixos ajudam o cérebro a criar rotina
Estudar sempre nos mesmos horários faz com que o cérebro se prepare com antecedência para a atividade, tornando a concentração mais fácil. O ideal é que o estudante descubra qual período do dia rende mais para ele.
3. Pausas curtas e longas são essenciais
Estudos mostram que o cérebro funciona em ciclos de até 120 minutos. Após esse tempo, a capacidade de aprender diminui. O ideal é fazer pausas curtas (sem telas) durante o bloco de estudos, e pausas mais longas (20-30 minutos) entre blocos.
4. Escrever à mão ativa mais áreas do cérebro
Fazer resumos no papel, em vez de digitar, fortalece a memorização. O esforço físico de escrever ativa áreas diferentes do cérebro, facilitando o aprendizado.
5. Flashcards superam post-its
Espalhar lembretes pela casa pode parecer útil, mas o cérebro se acostuma e ignora. Os flashcards, por outro lado, forçam o estudante a puxar a informação da memória — o que fortalece a retenção.
6. Recordação ativa funciona melhor que releitura
Testar-se constantemente é uma das melhores formas de consolidar o conteúdo. Resolver exercícios, criar questionários ou responder perguntas ajuda o cérebro a entender que aquela informação é útil.
7. Ensinar é uma das formas mais eficazes de aprender
Explicar a matéria para outra pessoa (ou para si mesmo no espelho) ajuda a perceber quais partes do conteúdo ainda precisam ser reforçadas.
8. Variedade de formatos melhora retenção
Usar vídeos, podcasts, leituras e mapas mentais estimula diferentes áreas do cérebro e facilita a memorização. O ideal é descobrir com qual formato o cérebro de cada estudante aprende melhor.
9. Prefira café aos energéticos
A cafeína, presente no café, é eficaz para aumentar a atenção. Já os energéticos, além de conterem altas doses de açúcar, podem causar dependência e prejuízos à saúde cardiovascular.
10. Intercalar matérias melhora fixação
Alternar entre disciplinas diferentes ao longo do estudo mantém o cérebro mais ativo e engajado. Revisar o conteúdo com frequência também é melhor do que tentar absorver tudo de uma vez.
11. Sistema de recompensa precisa ser bem usado
Recompensas por metas alcançadas podem motivar, mas não devem virar punição. Segundo Maia, "é melhor você comemorar que estudou do que se punir por não ter estudado".
12. Controlar estresse é parte do aprendizado
Sono adequado, alimentação saudável e atividade física são tão importantes quanto estudar. Técnicas como meditação, terapia e até segurar gelo nas mãos em momentos de crise podem ajudar a controlar a ansiedade.
13. Inteligência artificial como aliada, não substituta
IA pode ser útil para gerar perguntas, resumir conteúdos previamente estudados e sugerir recursos complementares, mas não deve ser usada para “pensar pelo aluno”. “A chave é usar a tecnologia para aprofundar o seu aprendizado, e não para terceirizá-lo”, reforça Maia.