Juíza Katy Braun defende ações concretas e união para garantir direitos da pessoa idosa
Durante abertura da 6ª Conferência Estadual, magistrada destacou o papel do Judiciário e a empatia do povo com as causas sociais
LONGEVIDADENa manhã da última quinta-feira (25 de setembro_, a juíza Katy Braun do Prado sentou-se à mesa de abertura da 6ª Conferência Estadual da Pessoa Idosa, em Campo Grande. Titular da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso, ela não usou palavras duras, mas foi direta. Pediu união entre os poderes e cobrou que boas ideias não fiquem só no papel.
“O nosso povo é um povo muito empático com questões sociais”, disse, em tom esperançoso. “E eu tenho certeza que nós vamos chegar a um consenso, especialmente com o apoio dos demais poderes.”
A conferência, que segue por dois dias, tem como tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: urgência por equidade, direitos e participação”. A proposta é pensar políticas públicas que levem em conta as desigualdades de renda, gênero, raça, deficiência e orientação sexual — e garantir que envelhecer seja tratado como um direito, e não como um desafio individual.
A fala da juíza reforçou que o Poder Judiciário tem responsabilidade ativa na proteção de quem envelhece no Brasil. Lembrou a falta de vagas em instituições de longa permanência, os casos em que idosos são transferidos para cidades longe de seus lares, e a invisibilidade das comunidades tradicionais nesse debate.
Durante a abertura, outras autoridades também fizeram parte da mesa. Estavam lá o deputado Renato Câmara, vice-presidente da Assembleia Legislativa e coordenador da frente parlamentar em defesa da pessoa idosa; o presidente do Conselho Nacional da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva; o secretário executivo de Direitos Humanos, Ben-Hur Ferreira, representando a SEAD; além de Aymoré Marinho, do Grupo Aroeiridade, e Írma Macário, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.
Ao fim da manhã, entre falas e anotações, ficou a ideia de que o envelhecimento não é um problema, mas um processo que exige respeito, participação e políticas reais. E que, para sair do discurso e chegar à prática, será preciso mais do que empatia — será preciso ação.