Após atingir máximas históricas em sessões recentes, o Ibovespa recuou 0,81% nesta quinta-feira (25), fechando aos 145.306,23 pontos, com volume financeiro de R$ 20,1 bilhões. O movimento refletiu cautela dos investidores diante da divulgação de dados externos e domésticos.

Nos Estados Unidos, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre indicou crescimento anualizado de 3,8%, acima das projeções de 3,3%, gerando dúvidas sobre a necessidade de novos ajustes na política monetária do Federal Reserve ainda este ano. Em Nova York, as bolsas fecharam em baixa: Dow Jones -0,38%, S&P 500 -0,50% e Nasdaq -0,50%.

No Brasil, o IPCA-15 de setembro, considerado prévia da inflação, veio abaixo do esperado, registrando alta de 0,48%. Apesar disso, o número reforçou a percepção de pressões inflacionárias persistentes, sinalizando que o Banco Central deve manter postura cautelosa na política de juros, com Selic atualmente em 15% ao ano.

Entre as ações, a Vale ON subiu 0,55%, impulsionada pelo avanço do minério de ferro na China, enquanto Petrobras ON recuou 1,76% e PN caiu 0,80%, em linha com a volatilidade do petróleo. Bancos também sofreram perdas, com Itaú PN recuando 0,80% e Banco do Brasil ON caindo 1,45%. Entre os destaques positivos, Natura avançou 2,34%, Magazine Luiza 1,29% e Ambev 0,65%. Entre os piores desempenhos, Raízen caiu 7,27%, Cosan 7,01% e Assaí 5,37%.

Segundo especialistas, a correção do índice era esperada após sequência de recordes e fechamento técnico próximo dos 150 mil pontos. “É saudável que ocorra uma realização de lucros, sem mudança estrutural na tendência de alta”, afirmou Felipe Moura, gestor da Finacap Investimentos.

O cenário doméstico também foi influenciado por notícias políticas: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participará de evento com o ex-presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira para anunciar sua candidatura à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

No geral, o mercado mantém atenção ao desempenho da economia americana, à evolução da inflação e às políticas internas, ajustando posições com foco na gestão de riscos.