Polícia indicia mais três suspeitos e corpo da estudante ainda não foi encontrado
Estudante da Unesp desapareceu em junho e é considerada vítima de feminicídio; cinco pessoas já foram indiciadas
CASO CARMENMais três pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil no caso do desaparecimento da estudante Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, da Unesp de Ilha Solteira, interior de São Paulo. Ela sumiu em 10 de junho e, segundo a polícia, foi vítima de feminicídio dois dias depois. O corpo dela ainda não foi localizado.
Além do ex-namorado de Carmen, Marcos Yuri Amorim, e do policial militar da reserva Roberto Carlos de Oliveira, que já estavam presos preventivamente desde julho, a investigação agora aponta o envolvimento de mais três pessoas:
Estephane Pereira Guimarães, ex-namorada de Marcos Yuri, indiciada por falso testemunho;
Wellington Fernando Ramires Adorno, amigo de infância de Yuri, acusado de suprimir provas e ajudar o suspeito a escapar;
Paulo Henrique Messa, vizinho de Yuri, suspeito de ter ajudado na ocultação do corpo e também por falso testemunho.
A investigação aponta que Carmen pressionava Marcos Yuri para assumir publicamente o relacionamento entre os dois. Segundo a polícia, ela chegou a ameaçar divulgar um dossiê com supostos crimes cometidos por ele, como furtos.
Isso teria incomodado tanto Marcos quanto o PM da reserva, com quem ele também mantinha uma relação afetiva e financeira. Para a polícia, o crime foi premeditado.
Marcos Yuri afirmou que Carmen caiu e bateu a cabeça durante uma briga. Ele teria chamado o policial, que, ao chegar ao local, terminou de matar a jovem com uma barra de ferro e uma faca. Já o PM alega que não participou do crime e tenta colocar toda a culpa em Yuri.
Apesar dos depoimentos, nenhum dos dois indicou onde o corpo de Carmen foi escondido. O delegado Miguel Rocha Neto afirma que essa é a principal dúvida que segue sem resposta. "Ambos se recusam a dizer onde está o corpo. Já foram feitas buscas, mas ainda não temos nenhuma pista concreta."
O inquérito já foi enviado à Justiça, mas exames de DNA ainda estão em andamento. Foram coletadas amostras de sangue encontradas na casa de Marcos Yuri e em objetos ligados ao PM da reserva. Segundo a polícia, os resultados desses laudos podem levar de quatro a seis meses para ficarem prontos.
A Secretaria de Segurança Pública também confirmou que duas reconstituições foram feitas para ajudar na apuração.
Durante as buscas, uma ossada chegou a ser localizada, mas exames confirmaram que se tratava de restos de um animal. A localização do corpo de Carmen segue como principal desafio da investigação, que já dura mais de três meses.